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Carlos Costa: Instabilidade financeira iria “criar muitos problemas que alimentariam” populismos

Governador do Banco de Portugal voltou a apelar a uma vontade política decisiva para avançar com a conclusão da União Bancária e o desenvolvimento da União dos Mercados de Capitais, a fim de fortalecer a estabilidade da zona euro.
15 Novembro 2019, 12h27

O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, disse esta sexta-feira que o Banco Central Europeu (BCE) desempenhou um papel fundamental para ajudar a salvar o euro, mas os decisores políticos necessitam agora de unir esforços para aprofundar a União Económica e Monetária.

“Desde o início da crise, o BCE desempenhou um papel crucial e ajudou a salvar o euro”, disse Carlos Costa, na sessão de abertura da conferência “The euro 20 years on: the debut, the present and aspirations for the future”, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, realçando as medidas adoptadas pelo BCE durante a crise económica, assim como o caminho necessário para os países chegarem a acordo sobre as melhorias institucionais para uma União Económica e Monetária “mais sustentável”.

“No atual ambiente globalizado, competitivo, digitalizado e interligado, há uma crescente necessidade de os países da zona euro trabalharem juntos para exercer soberania e fazer ouvir as suas vozes”, disse, acrescentando que os países devem “ter em mente que partilhar soberania não é sinónimo de perda de controlo ou poder”.

“A coesão interna e o trabalho em equipa irão ajudar a proteger os Estados-Membros contra pressões externas e efeitos indiretos, além de fortalecer as suas escolhas políticas”, acrescentou.

Carlos Costa enfatizou ainda o papel do EFSF e do MEE na estabilidade do euro, reforçando que sempre argumentou que “o MEE deveria evoluir para um verdadeiro Fundo Monetário Europeu, um organismo robusto de gestão de crises”, considerando que os avanços na reforma da zona euro “deve ser uma prioridade para os decisores políticos e as instituições relevantes, porque nada poderá ser mais destrutivo para a confiança nas instituições europeias do que as ameaças à estabilidade financeira”, frisou o governador, apelando a “uma vontade política decisiva para avançar com a conclusão da União Bancária e o desenvolvimento da União dos Mercados de Capitais”.

O responsável pelo regulador bancário considerou que este é o caminho fundamental para a estabilidade do euro, uma vez que é necessário “ter cuidado para não criar um problema de instabilidade financeira. Tal poderia vir a criar muitos problemas que alimentariam esses populismos”.

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