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Carlos Moedas defende “reforma profunda” no sistema educativo e segurança social

O antigo secretário de Estado de Passos Coelho considera que inovação deve orientar as políticas públicas e ser o “motor” do bem-estar social e do desenvolvimento do país e deve ser feita uma aposta nas qualificações que cruzem “o mundo físico e o mundo digital”.
  • Cristina Bernardo
15 Setembro 2020, 11h12

O ex-comissário europeu Carlos Moedas defendeu esta segunda-feira que Portugal deveria fazer uma “reforma profunda” no sistema educativo e na segurança social. O antigo secretário de Estado considera que inovação deve orientar as políticas públicas e ser o “motor” do bem-estar social e do desenvolvimento do país e deve ser feita uma aposta nas qualificações que cruzem “o mundo físico e o mundo digital”.

“As políticas públicas que hoje mais do que nunca precisamos é ter uma reforma profunda do sistema educacional, (..,), é ter uma reforma profunda da nossa segurança social que permita ajudar os que mais precisam e garantir as futuras reformas e pensões”, afirmou Carlos Moedas, num debate realizado em formato misto (presencial e online) pelo Instituto Sá Carneiro, associação de reflexão e formação política ligada ao PSD.

Segundo Carlos Moedas, a inovação é “o motor do nosso bem-estar” e é “aquilo que nos somos e que podemos fazer pela nossa economia para viver melhor”, mas sublinha que, muitas vezes, é um tema “pouco percebido”. No entanto, o ex-comissário europeu explicou que, nos últimos meses, como o aparecimento da pandemia da Covid-19, os países foram obrigados a adotar mudanças e a tornarem-se mais inovadores para fazer face à pandemia.

“Vimos uma transformação completa da educação que nunca tínhamos visto nos últimos 50 anos. A educação passou a estar entre o mundo físico e digital e algumas universidades já disseram que as grandes palestras não voltarão a ser presenciais”, salientou, considerando que esta inovação disruptiva vai ter consequências no papel do professor no futuro, que passará a ser, sobretudo, “de tutor, de ajudar a resolver problemas”.

Carlos Moedas considera que “os políticos não podem criar emprego” e que “o que cria é esta inovação disruptiva”. “Temos de pensar quais as medidas de políticas públicas que podem ter para a favorecer”, defendeu, assinalando que são essas políticas públicas que estão no “ADN da social-democracia”, que coloca no centro “a pessoa humana”.

“Francisco Sá Carneiro [fundador e ex-líder do PSD] sempre nos disse e apostou, durante todo aquele que foi o seu mandato enquanto primeiro-ministro, que a educação era o futuro do país, que a solidariedade era essencial, mas que a pessoa estaria sempre ao centro daquilo que é a política, daquilo que é o nosso futuro”, frisou.

O antigo secretário de Estado do ex-líder do PSD Passos Coelho defendeu ainda que os cidadãos que conseguirem “navegar melhor” nestas duas realidades, física e digital, serão “os melhores profissionais”.

Este foi o primeiro debate de uma iniciativa ‘Sá Carneiro Talks’, integrada no programa do Instituto Sá Carneiro, que assinala o 40.º aniversário da morte do fundador do partido. Além de Carlos Moedas, participaram também na iniciativa a eurodeputada do PSD Lídia Pereira, Miguel Pina Martins, CEO da Science4You, Ricardo Acto, vice-presidente de Operações do Rock in Rio, e João Trigo da Roza, presidente da Associação Portuguesa de Business Angels.

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