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Carlos Moedas: “Precisamos de mais técnicos e engenheiros a regular e não tanto de advogados”

Carlos Moedas aponta que a legislação referente à proteção de dados foi um passo importante e que é um bom exemplo em como se pode regular nesta área com alguma eficácia.
  • Cristina Bernardo
7 Novembro 2019, 14h42

Para regular a internet, não precisamos de mais advogados mas sim de técnicos e engenheiros, defendeu Carlos Moedas, Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, no último dia da Web Summit, no painel onde se debateu o papel tecnologia para revitalizar a democracia.

“Daqui a 50 anos, podem encarar a regulação que está agora a ser posta em prática e exclamar: o que é que eles fizeram? A verdade é que quando se regula a tecnologia, estamos a regular o futuro e para sermos mais eficazes temos quer ter mais técnicos e engenheiros a fazê-lo, em vez de especialistas em advocacia”, defendeu o comissário português.

Carlos Moedas aponta que a legislação referente à proteção de dados foi um passo importante e que é um bom exemplo em como se pode regular nesta área com alguma eficácia.

Quanto às ‘fake news’, o comissário europeu foi taxativo: “não tem a ver com os dados, tem que existir um trabalho conjunto e contínuo. As plataformas têm claramente que ser mais responsáveis”.

O português deu um exemplo referente ao artigo 15, referente às leis do copyright. “O facto de existirem informações a circular de que este artigo 15 iria acabar com a internet é bom exemplo como as ‘fake news’ são eficazes e perigosas. Houve um dia em que cheguei a casa e o meu filho perguntou-me porque é que eu queria acabar com a internet”.

Filtrar a informação é essencial na perspetiva de Carlos Moedas: “têm que existir filtros quando se trata de pornografia infantil e terrorismo. Não há a mínima dúvida sobre isto. Mas atenção: os políticos não podem fazer tudo sozinhos. Se é possível regular os grandes players tecnológicas? Sem dúvida”.

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