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Casa Branca confirma tarifas de 104% contra a China

A administração Trump diz que a China não esteve disponível para mais conversações e por isso as novas tarifas passam a vigorar a partir desta quarta-feira. Pequim afirma que não cede a chantagens.
8 Abril 2025, 18h35

A China chamou as novas tarifas de 104% de uma “chantagem” à qual não cederia, bloqueando assim eventuais negociações entre os governos das duas maiores economias do mundo. Perante o impasse, a administração norte-americana já anunciou que a tarifa de 104% sobre as importações norte-americanas de produtos chineses entra imediatamente em vigor, já esta quarta-feira.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou ao início da tarde desta terça-feira que as tarifas de 104% dos Estados Unidos contra a China começarão a ser cobradas esta quarta-feira, dia 9 de abril. A medida entrou em vigor após o país asiático não desistir da retaliação aos Estados Unidos dentro do prazo estabelecido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que era até às 13 horas desta terça-feira.

Donald Trump manteve até ao último momento a esperança de que as negociações acabariam por ser abertas. Isso mesmo escreveu nas redes sociais – que estava à espera de uma ligação da China para discutir as tarifas. Mas isso não aconteceu – tal como o governo de Xi Jinping tinha avisado: nas horas anteriores a esta terça-feira, a China afirmou que não vai voltar atrás e que está pronta para continuar respondendo aos aumentos tarifários, apesar de considerar que “numa guerra comercial, não há vencedores”.

A Ásia foi o continente que recebeu as maiores tarifas – com a China a contar com uma quota de 34%, o que faria com que os produtos chineses fossem taxados pelos EUA em 54%, no total. Mas isso foi numa primeira abordagem: dias mais tarde, a China anunciou que iria impor tarifas de 34% sobre os produtos norte-americanos à entrada no Império do Meio, o que levou Trump a ameaçar cobrar uma taxa extra de 50%. Como Pequim não desistiu, as tarifas de 104% entraram agora em vigor.

Contra-atacar com suas próprias tarifas e controlos de exportação pode não ser muito eficaz, dado que a China envia para os Estados Unidos cerca de três vezes mais em bens do que os 160 mil milhões de dólares que importa daquele país. Mas acabou por ser a opção de Pequim, que acredita ter um ‘limiar de dor’ maior que o de Washington.

Isso, dizem os analistas, faz sentido. Em primeiro lugar, porque a China é um país muito mais industrializado que os Estados Unidos – ou seja, tem mais coisas para vender ao resto do mundo. E tem também um mercado interno imensamente maior que o dos Estados Unidos, que tem vindo a valorizar há décadas. O consumo interno pode, por isso, dar uma ajuda a acomodar a produção que deixa de sair do país por via das exportações. É, de qualquer maneira, uma guerra que ainda só está no início.

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