As casas pré-fabricadas estão a ganhar cada vez mais espaço no mercado imobiliário português. Com custos mais baixos, construção rápida e maior eficiência energética, estas habitações têm-se tornado uma opção atrativa para quem quer fugir às demoras e despesas das casas tradicionais. No entanto, a grande questão que se coloca a muitos compradores é: como financiar uma casa pré-fabricada?
Apesar da diferença no processo construtivo, a lei portuguesa trata as casas pré-fabricadas da mesma forma que qualquer outra habitação. É obrigatório apresentar o projeto à câmara municipal, obter licenças e proceder ao registo do imóvel na conservatória. Tal como uma casa convencional, estas também podem ser hipotecadas e servir de garantia para crédito à habitação.
A escolha do fabricante é um dos primeiros passos e pode ditar a qualidade e o custo final da casa. Marcas como a Goodmood, KITUR, VanguardOption, Fábrica das Casas e Rusticasa estão entre as mais conhecidas no mercado nacional. Além da reputação da empresa, os compradores devem avaliar a personalização, os custos de transporte e a durabilidade dos materiais. O projeto arquitetónico, o tipo de construção, seja em madeira, aço leve ou betão, e a eficiência energética são fatores decisivos na escolha.
As vantagens são evidentes: construção mais rápida, sustentabilidade, eficiência energética e preços mais acessíveis. Mas há também desvantagens a considerar, como os custos de transporte, menor flexibilidade nos acabamentos e alguma dificuldade em obter financiamento específico.
O preço de uma casa pré-fabricada em Portugal varia consoante o tipo de estrutura e materiais utilizados. As mais económicas podem custar a partir de mil euros por metro quadrado, enquanto as versões premium ultrapassam os dois mil euros. As de madeira situam-se geralmente entre 600 e 1000 euros por metro quadrado, as de aço leve entre 800 e 1200 euros e as de betão entre 1000 e 1500 euros.
Quando o tema é financiamento, as opções começam a aumentar, mas ainda são limitadas. A maioria dos bancos aceita financiar casas pré-fabricadas através de crédito à habitação tradicional, desde que cumpram os mesmos requisitos legais que uma construção convencional. No entanto, apenas a Caixa Geral de Depósitos dispõe atualmente de um produto específico — o Crédito Habitação – Casas Pré-Fabricadas.
Este crédito permite um prazo de pagamento até 25 anos e financiamento até 90% do valor do investimento, no caso de habitação própria permanente. Exige a hipoteca do imóvel e oferece a possibilidade de escolher entre taxa fixa, mista ou variável. O spread pode ainda ser reduzido se o cliente subscrever outros produtos do banco.
Para Pedro Castro, Head de Crédito Habitação no ComparaJá sublinha, “o mercado financeiro começa finalmente a reconhecer as casas pré-fabricadas como uma solução viável e sustentável. O financiamento ainda não é tão abrangente quanto o das habitações tradicionais, mas a tendência é de crescimento nos próximos anos.”
Independentemente do tipo de crédito escolhido, é essencial garantir que a taxa de esforço não ultrapassa 33% do rendimento familiar, para evitar desequilíbrios financeiros. Com o aumento da procura e o avanço da oferta bancária, as casas pré-fabricadas deixam de ser uma tendência de nicho para se afirmarem como uma alternativa sólida e moderna no mercado habitacional português.
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