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Caso CTT: Em 2020, PS admitia comprar 13% com acordo do PCP

Em novembro de 2020, o deputado socialista João Paulo Correia (à data, vice-presidente da bancada parlamentar) não só admitia a possibilidade de o Estado comprar até 13% dos CTT como revelava que o tema seria abordado nas negociações com o PCP para aprovação do Orçamento do Estado para 2021.
5 Janeiro 2024, 08h25

A manchete da edição semanal do JE revela mais um episódio de uma história que o jornal tem vindo a contar ao longo desta semana: a compra de ações dos CTT por parte da Parpública a pedido do Governo. Nesta edição, o JE destaca que ao contrário do que António Costa afirmou esta quinta-feira sobre o tema (de que foi a operação não foi mantida em segredo e o que não foi revelado publicamente teria sido a “intenção” do Estado de comprar ações dos Correios), uma entrevista de João Paulo Correia (à data, vice-presidente da bancada parlamentar do PS) ao “Eco” contextualiza este tema.

Nessa entrevista, datada de 20 de novembro de 2020, o deputado socialista não só admitia a possibilidade de o Estado comprar até 13% dos CTT como revelava que o tema seria abordado nas negociações com o PCP para aprovação do Orçamento do Estado para 2021.

Na entrevista com o título “Governo negoceia com PCP controlo público dos CTT”, João Paulo Correia garantia que a operação de compra de uma participação estatal nos CTT era tema nas negociações entre o PS e o já então ex-parceiro da “geringonça. “Obviamente faz parte das negociações entre o PS e o PCP”, disse o deputado. “Se o momento para tomar a decisão (de o Estado comprar uma posição nos CTT) é esta ou é posteriormente, é aquilo que certamente estará em análise”, acrescentou, admitindo que a compra das ações tivesse lugar no ano seguinte. O que efetivamente viria a acontecer, tal como o Jornal Económico noticiou em primeira mão na passada terça-feira.

Na altura, João Paulo Correia esclareceu que “o controlo público dos CTT não significa nacionalizar 100% do capital”, mas sim “adquirir ações” para ser o maior acionista, o que neste caso seria passar a ter cerca de 13% do capital, o que corresponde precisamente à percentagem referida no despacho que o ministro João Leão assinou em meados de 2021, a aprovar a compra das ações.

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