[weglot_switcher]

Casos de infeção nos EUA devem ser 10 vezes superior aos reportados, estimam autoridades

“O debate foca-se em quantos casos e mortes estão por contar”, disse Howard Koh, professor na Universidade de Saúde Pública de Harvard. “Provavelmente não saberemos o número real de mortes e infetados até que a pandemia acabe”, sustentou.
  • Estados Unidos
25 Julho 2020, 15h03

Os Estados Unidos são o país com mais casos de infeção por Covid-19, com um total de quatro milhões de infetados, mas um novo estudo do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças aponta que o verdadeiro valor é 10 vezes maior ao indicado pelas autoridades que acompanham o balanço diário, avança o “Business Insider”.

Os investigadores conduziram testes de anticorpos em 10 locais nos EUA, incluindo Nova Iorque, Washington, área de São Francisco, sul da Flórida e Louisiana. De acordo com a publicação, este teste deteta se alguém esteve infetado com o novo coronavírus, mesmo que nunca tenha sido diagnosticado.

Os resultados recolhidos entre fins de março e meio de maio foram comparados com o número de casos diagnosticados em todo o país, e os dados apontaram a existência de 1,8 milhões de casos nas regiões analisadas, sendo que no mesmo período foram apenas identificados 165 mil casos de infeção pelas autoridades de saúde.

Fazendo um balanço com esses dados, os EUA deveriam reportar um total de 14,4 milhões de casos. Durante o período de recolha dos testes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças apenas foram registados 1,3 milhões de casos, segundo os dados da Universidade John Hopkins.

“O debate foca-se em quantos casos e mortes estão por contar”, disse Howard Koh, professor na Universidade de Saúde Pública de Harvard. “Provavelmente não saberemos o número real de mortes e infetados até que a pandemia acabe”, sustentou.

Ainda assim, este não é o único estudo que aponta para número superiores aos oficiais. Um estudo do MIT sugere a existência de um total de 17,5 milhões de cidadãos infetados nos EUA até 18 de junho, o que significa oito vezes mais infetados que os reportados pelas autoridades de saúde norte-americanas.

Outro estudo publicado no jornal “Science” apontou que nas últimas três semanas de março os EUA verificaram a existência de 8,7 milhões de casos, enquanto apenas 100 mil foram oficialmente apresentados como positivos. Neste estudo, os dados foram recolhidos diretamente em alguns estados norte-americanos onde se observaram surtos de doença em março mas que não foram atribuídos como sintomas do coronavírus, e que apenas agora são associados.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.