No mundo da energia em Portugal, é comum encontrar energéticas sediadas em Madrid, mas a BNZ vem um pouco mais de longe, do extremo oposto da Península Ibérica, de Barcelona, a capital da Catalunha.
Detida pelo fundo britânico Nuveen, a companhia anunciou hoje que fechou um financiamento de 680 milhões de euros para acelerar o seu plano de investimentos. A produtora espanhola de energias renováveis fica assim com mais poder de fogo para concluir as suas várias centrais em Portugal.
A companhia tem um portefólio de 1,7 gigawatts de energia solar fotovoltaica para implantar em Portugal, Espanha e Itália até ao final de 2026. A companhia não revelou qual a percentagem dos 680 milhões é que se destina aos projetos em Portugal.
Por cá, tem um plano de 450 milhões de euros para construir nove centrais solares numa capacidade total de 600 megawatts (MW).
Para já, parte dos 680 milhões de euros vão destinar-se às quatro centrais solares, em regime de mercado, todas localizadas na região norte, que a companhia está a construir no país: Armamar (98 MW, distrito de Viseu), Trofa (30 MW, distrito do Porto) e duas em Vila Nova de Famalicão (total de 68 MW, distrito de Braga).
“Este novo financiamento também nos vai permitir avaliar a possibilidade de hibrizar estas centrais com baterias”, disse ao JE o diretor-geral da BNZ, Luís Selva.
Sobre a possibilidade de hibridizar com eólica, explicou que a única central deste lote de quatro onde é possível ter recurso eólico é na de Armamar.
A companhia está à procura de fechar acordos de compra e venda de eletricidade (PPA) com empresas portuguesas.
Em relação à ligação dos projetos à rede elétrica, explica que o facto de terem começado a desenvolver os projetos em 2018/2019 “foi um momento oportuno. Foi uma boa oportunidade porque havia disponibilidade. Hoje em dia, é muito complexo ter acesso à rede”.
“A empresa, pertencente ao Clean Energy Fund III da Nuveen, um dos maiores gestores de investimentos com 1,2 biliões de dólares em ativos sob gestão, garantiu a linha de financiamento a partir de um clube de credores compostos pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), ABN AMRO, Intesa Sanpaolo, NatWest, SMBC e Bankinter, que depositaram total confiança na robustez dos ativos estratégicos da BNZ e no portefólio da empresa, com a Palmer a atuar como agente”, segundo a companhia.
A companhia disse assim ter concluído com sucesso o seu “primeiro Total IPP Financing (TIPPF) multinacional. O TIPPF inclui uma linha de crédito sénior e linhas de crédito auxiliares num total de 420 milhões de euros e financiamento da Holdco até 260 milhões de euros”.
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