Apesar dos acordos entre socialistas e independentistas da Catalunha para o governo central, os partidos envolvidos não se entenderam e concorrem em separado às eleições antecipadas da Catalunha – que ocorrem em 12 de maio depois de o executivo regional não ter conseguido aprovar o orçamento para 2024.
Pere Aragonès, presidente da Generalitat da Catalunha, disse que “assumo a responsabilidade por este bloqueio e decidi convocar eleições”, citado pela cadeia ABC. Pedro Sánchez, chefe do governo de maioria socialista, entendeu não fazer nada para desmotivar as eleições antecipadas e passou de imediato à sua organização. Nesse quadro, Salvador Illa é o candidato a alcançar a quarta vitória consecutiva do Partido Socialista da Catalunha (PSC, ‘irmão’ do PSOE).
Nas eleições gerais de 2021 e nas eleições municipais e gerais de 2023, o PSC conseguiu vencer, depois de passar anos sem conseguir resultados positivos na Generalitat. Se há um lugar em Espanha onde os socialistas continuam a viver uma confiança invulgar, é na Catalunha. Os anos do processo independentista provocaram uma profunda crise entre os independentistas, a qual o partido-irmão do PSOE ultrapassou ao ponto de fixar o objetivo de recuperar o Governo que perdeu em 2010 nas eleições antecipadas de 12 de maio, recordam os jornais espanhóis.
Com um projeto transversal e um discurso construtivo – e principalmente sem entrar em confronto aberto com o movimento independentista – os socialistas acabaram por voltar ‘à tona’ e ser um partido que volta a contar na cena política regional.
A convocação de eleições coincide com a aprovação da lei da Amnistia no Congresso, aguardando sua tramitação no Senado e aprovação final no final de maio na Câmara dos Deputados, como o corolário da política de Pedro Sánchez – que pretende “abrir um novo tempo” na Catalunha e deixar a crise territorial para trás de uma vez por todas.
A votação orçamental, realizada esta quarta-feira, contou com 67 votos favoráveis quando precisava de 68 para ser aprovada. ERC, PSC-Unidades e a deputada não inscrita Cristina Casol votaram a favor, com Junts, Vox, CUP, Comuns, Ciudadanos e PP a votarem contra.
Para os analistas, as diferenças entre socialistas e independentistas catalães não é em definitivo uma boa notícia para o governo central, que está ‘amarrado’ a um entendimento parlamentar que no passado recente tem dado mostras de ser pouco confiável. Entretanto, com uma parte do país a entender que a Lei da Amnistia é não só inconstitucional como constitui uma ‘machadada’ na unidade territorial de Espanha, o executivo de Pedro Sánches está desde as eleições de julho do ano passado sem conseguir encontrar um mínimo de estabilidade política.
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