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Catarina Martins alcança Costa no topo dos líderes partidários

Ex-parceiros de “geringonça” concentram as melhores avaliações dos portugueses em dezembro, Rui Rio é o líder que recebe a nota mais baixa dos seus próprios eleitores e André Ventura ganha peso tanto no PSD como entre os outros partidos.
20 Dezembro 2019, 08h24

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, passou a estar empatada com o secretário-geral do PS, António Costa, no topo das avaliações dos portugueses aos líderes dos partidos com representação parlamentar e aos deputados únicos, realizada no início de dezembro pela Aximage para o Jornal Económico. Ambos melhoraram em relação a novembro, mas a bloquista teve uma subida maior, passando de uma nota de 10,2 para 11,7, enquanto o primeiro-ministro subiu de 11,4 para 11,7 numa escala de 0 a 20.

O domínio dos ex-parceiros de “geringonça” em relação aos restantes líderes também se confirma com a grande subida do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que passou de 9,7 para 11,3, bastante à frente do seu parceiro de coligação José Luís Ferreira, líder do grupo parlamentar do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), que surge pela primeira vez no estudo de opinião realizado pela Aximage com nota positiva (10,1).

Por seu lado, o porta-voz do PAN – Pessoas, Animais, Natureza, André Silva, que deixou de ser deputado único na sequência das legislativas de 6 de outubro, recuperou terreno graças à maior de todas as subidas registadas em dezembro (de 7,9 para 9,6). Foi o suficiente para ultrapassar Rui Rio, com o presidente do PSD a descer de 9,9 para 9,5 numa altura em que está a disputar a liderança do partido com Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz.

Tal como em novembro, a Aximage não levou em conta a líder demissionária do CDS-PP, Assunção Cristas, ao contrário dos deputados únicos recém-chegados à Assembleia da República. Entre estes foi João Cotrim de Figueiredo, entretanto eleito presidente do Iniciativa Liberal (IL) a ter a evolução mais positiva, subindo de 8,1 para 9,0, enquanto André Ventura, do Chega, manteve uma avaliação de 8,9 e Joacine Katar-Moreira, do Livre, caiu ainda mais, descendo de 6,3 para 6,1.

Vantagens de Jerónimo
O protagonismo de António Costa e Catarina Martins não impede que Jerónimo de Sousa se destaque em muitos segmentos da população. O líder comunista, que ainda não deu sinais claros de permanecer à frente do partido depois do congresso marcado para o final de novembro de 2020, tem a melhor avaliação entre as mulheres (com uma nota de 11,8, enquanto a coordenadora do Bloco de Esquerda tem 11,6 e o primeiro-ministro fica por 11,2), os eleitores com 35 a 49 anos (11,6) e com 65 anos ou mais (12,6), e ainda entre aqueles que têm mais do que a escolaridade obrigatória: chega aos 11,6, uma décima acima de António Costa e Catarina Martins, que também empatam nas notas atribuídas por quem só tem a escolaridade obrigatória (12,0).

O primeiro-ministro destaca-se nos homens (12,3, contra 11,9 de Catarina Martins) e nos eleitores de 18 e 34 anos (11,6, seis décimas acima de Rui Rio, seguindo-se André Silva, José Luís Ferreira e João Cotrim de Figueiredo), enquanto Catarina Martins é a melhor para quem tem entre 50 e 64 anos, com uma nota de 12,8.

PSD e CDU menos “fiéis”
A segmentação das respostas dos entrevistados pela Aximage deixa claro que António Costa e Catarina Martins são igualmente os líderes que recebem melhor avaliação daqueles que votaram nos seus partidos nas legislativas. O primeiro-ministro tem uma avaliação de 17,5 entre os eleitores do PS (a coordenadora bloquista é uma distante segunda, com 13,4), invertendo-se as posições no eleitorado do Bloco de Esquerda: Catarina atinge 17,4 e Costa apenas 13,5, mesma nota que é atribuída a Jerónimo de Sousa.

Menos fiéis à sua liderança são os eleitores da CDU, para os quais o melhor líder é António Costa, com 16,1, à frente do líder comunista Jerónimo de Sousa (15,1), tal como Catarina Martins (13,0) supera José Luís Ferreira (12,8).

No entanto, o líder partidário que recebe pior avaliação dos eleitores do próprio partido é Rui Rio, que não vai além de uma nota de 13,9 entre quem votou PSD, pouco acima do ex-militante social-democrata André Ventura (12,6), presidente e deputado do Chega.

Também naqueles que votaram nulo, branco ou nos outros partidos – universo que inclui os eleitores do CDS-PP, PAN, IL, Chega e Livre – é André Ventura quem se destaca, com uma nota de 11,1, à frente de João Cotrim de Figueiredo, com 10,3, sendo os únicos a obterem nota positiva neste grupo de eleitores.

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