A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, reagiu à entrevista de António Costa à RTP garantindo que nunca deu a entender que esperava chegar a um entendimento com um futuro secretário-geral do PS na sequência das legislativas que irão decorrer a 30 de janeiro de 2022.
“Num momento infeliz da entrevista à RTP, António Costa atribuiu-me declarações que nunca fiz, nem farei, sobre o futuro da liderança do PS. Depois das eleições, é com António Costa que espero negociar soluções”, escreveu a coordenadora bloquista, acrescentando que irá debatê-las na campanha eleitoral, “mesmo que isso atrapalhe o apelo à maioria absoluta” do secretário-geral socialista.
Num momento infeliz da entrevista à RTP, António Costa atribuiu-me declarações q nunca fiz, nem farei, sobre o futuro da liderança do PS.
— Catarina Martins (@catarina_mart) November 9, 2021
Depois das eleições, é com AC q espero negociar soluções. E vou debatê-las na campanha, mesmo q isso atrapalhe o apelo à maioria absoluta.
No primeiro comício do Bloco de Esquerda depois do chumbo do Orçamento do Estado para 2022, realizado neste sábado no Porto, Catarina Martins referiu-se à dissolução da Assembleia da República como “uma crise artificial e desnecessária que o Presidente da República anunciou durante a discussão do Orçamento” e acusou António Costa de recorrer a “um truque para quebrar pontes à esquerda devido à obsessão com maioria absoluta”.
“Quem manda no PS ainda são os militantes do PS e não a Catarina Martins”, reagiu António Costa na entrevista, realçando que não pode dizer que irá dar continuidade à ‘geringonça’ quando o secretário-geral do PCP diz que não deseja a sua repetição e a coordenadora do Bloco de Esquerda defende que é preciso retirá-lo da liderança do PS. Certo é que ambos os líderes dos parceiros parlamentares dos executivos minoritários de Costa têm sido particularmente elogiosos para com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, tido por líder oficioso da ala esquerda do partido e candidato à sucessão de Costa quando este se retirar da liderança.
A esse propósito, António Costa garantiu na entrevista à RTP que se retirará da liderança do PS se perder as próximas legislativas, candidatando-se a um novo mandato em 2023 se continuar a ser primeiro-ministro na próximo legislatura. E disse esperar que os portugueses vão dar ao PS “condições necessárias para a governação”, seja com maioria absoluta ou “obrigando o Bloco de Esquerda e o PCP a repensarem o que fizeram”.
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