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CDS considera OE2021 uma “manta de retalhos” e reitera voto contra

“Um Governo sem rumo e sem vontade ficou à mercê do anacronismo comunista e do radicalismo animalista”, afirmou João Almeida, considerando que “o resultado foi uma manta de retalhos, capaz de ignorar problemas centrais e, ao mesmo tempo, de ir ao detalhe em matérias que jamais deveriam integrar um Orçamento do Estado”.
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    Cristina Bernardo
26 Novembro 2020, 14h01

O deputado centrista João Almeida classificou hoje a proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) como “uma manta de retalhos”, justificando o voto contra do CDS na votação final global.

“Um Governo sem rumo e sem vontade ficou à mercê do anacronismo comunista e do radicalismo animalista”, afirmou João Almeida, considerando que “o resultado foi uma manta de retalhos, capaz de ignorar problemas centrais e, ao mesmo tempo, de ir ao detalhe em matérias que jamais deveriam integrar um Orçamento do Estado”.

Intervindo no encerramento do debate do OE2021, na Assembleia da República, o deputado centrista acusou o PS e o Governo de terem feito “uma verdadeira negociata dominada pela partidarite”.

João Almeida criticou o número recorde de propostas entregues, e que o parlamento tenha gasto “em votações o quadruplo do tempo que gastou a discutir as políticas”, defendendo que “foi péssimo o sinal que se deu ao país”.

“Aliás, se dúvidas houvesse, a noite de ontem [quarta-feira] e a manhã de hoje mostraram que o parlamentarismo está num momento muito difícil, e que é fundamental fortalecer a democracia portuguesa, para que não continuem a ser dados mais exemplos, como aquele que foi dado durante este processo orçamental”, considerou.

Na ótica do CDS, o processo orçamental foi “um processo virado para dentro, comandado por interesses partidários, sem a devida atenção à situação do país e sem resposta para as interrogações do momento”.

Apontando que “a crise recomendava foco e capacidade de dar prioridade ao mais urgente”, João Almeida reiterou que o partido vai votar contra a proposta do Governo, que já tem aprovação garantida.

“O facto de nos encontramos em plena crise pandémica e consequente crise económica e social levava a prever que discutiríamos o essencial: a resposta imediata à crise e os instrumentos necessários para sairmos desta situação. Infelizmente, não foi isso que aconteceu”, lamentou.

João Almeida criticou igualmente que, em vez de responder a questões como o emprego ou o futuro das empresas e das escolas, perante a pandemia de covid-19, os deputados debruçaram-se sobre questões como “microesferas de plástico em detergentes e cosméticos”, “escovas de bambu” ou o IVA da banha de porco”.

O deputado considerou igualmente que, “com a votação do orçamento, ficam evidentes duas certezas e uma dúvida”, referindo que “a primeira certeza é que o Governo poderá governar mais um ano, caso queira”, mas “a verdade é que vai dando sinais de não querer tanto quanto isso”, e a “segunda certeza, cuja relação com a primeira é descaradamente evidente, é que o PCP poderá realizar o seu congresso no próximo fim de semana”.

Já a dúvida, “fica para os portugueses”, que “não fazem a mínima ideia de com vão passar o Natal”, indicou.

Considerando que, “desperdiçada a oportunidade dos últimos anos, fica exposta a fragilidade para responder à crise atual”, João Almeida assinalou que o “Governo entregou este orçamento garantindo que a grande medida para a economia era não aumentar impostos”.

O deputado apontou que o executivo de António Costa “mostrou incapacidade de apoiar as empresas e quebrou o compromisso que tinha assumido de desagravar o IRS”, e que “na especialidade fez pior, não resistindo a criar mais umas tachinhas”.

“Resumindo, este governo estafado não tem rasgo”, frisou.

Sobre as propostas do CDS, o parlamentar realçou a aprovação de propostas “de majoração do subsídio de desemprego para trabalhadores independentes e sócios-gerentes, de valorização da carreira dos ex-militares na administração pública, de combate ao abandono escolar no ensino superior ou de aumento da transparência na contratação pública” mas lamentou que outras, como o ‘vale farmácia’ ou a ‘via verde saúde”, não tenham passado.

“No CDS, respondemos pela alternativa da direita democrática e popular, porque a condenação à inconsequência socialista, ao anacronismo comunista e ao radicalismo animalista não é uma inevitabilidade”, destacou ainda.

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