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CDS-PP responsabiliza política “errática” do Governo pelo aumento de contágios nas escolas em crianças até aos 9 anos

Numa mensagem gravada em vídeo e enviada à redação, a porta-voz do CDS-PP Cecília Anacoreta Correia afirmou que os dados revelam “que é profundamente errática a política de testar nas escolas apenas os profissionais e não as crianças”.
13 Abril 2021, 14h53

O CDS-PP responsabilizou esta terça-feira o Governo pelo aumento de casos de Covid-19 na faixa etária dos 0 aos 9 anos de idade, na sequência da reabertura das escolas.

Na reunião de hoje do Infarmed, o perito da Direção-Geral de Saúde André Peralta Santos sublinhou uma “redução muito assinalável em todos os grupos etários”, face ao pico da situação epidemiológica registada em janeiro, embora tenha sido registada “uma inversão da tendência e aumento de casos na faixa etária dos 0 aos 9 anos de idade”.

Numa mensagem gravada em vídeo e enviada à redação, a porta-voz do CDS-PP Cecília Anacoreta Correia afirmou que os dados revelam “que é profundamente errática a política de testar nas escolas apenas os profissionais e não as crianças”.

“Como os especialistas hoje disseram as escolas devem funcionar como sentinelas no controlo da pandemia. E isso só se faz reforçando a testagem nas escolas, abrangendo as crianças que são o universo maior da população escolar”, acrescentou.

O investigador do Instituto de saúde Pública da Universidade do Porto Henrique de Barros disse, também hoje na reunião do Infarmed, que as escolas são “estruturas de vigilância” à evolução epidemiológica da pandemia, em Portugal, que têm “preocupado” desde o regresso dos alunos à escola, tendo em conta o aumento da incidência da doença nos mais novos.

“O cerco vacinal que está a vir dos mais velhos para os mais novos, deixa estes idades como as suscetíveis para a circulação do vírus”, referiu o especialista. Ainda assim, o especialista indicou que o risco de infeção por Covid-19 é maior fora das comunidades escolares.

Henrique de Barros considerou que “a frequência de infeção na comunidade escolar é semelhante entre profissionais e estudantes”, que “a variação de risco entre as turmas em contexto escolar semelhante sugere um papel importante de risco de infeção no espaço exterior”. E por isso, propôs que algumas escolas funcionem como “estrutura sentinela” para se conhecer melhor a dinâmica da infeção nas comunidades.

O especialista salientou, ainda, que as “medidas de mitigação no ambiente escolar funcionam e favorecem atividade letivas” e que “o risco de infeção está a aumentar nas crianças e professores e profissionais quando os contactos de risco ocorrem fora da comunidade escolar”.

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