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Cenário pós-Brexit leva Haitong Bank a ficar com corretagem para toda a Europa

O banco de investimento chinês com sede em Lisboa fechou uma parceria com o Haitong International para ficar com o negócio de corretagem para toda a Europa, mas o objetivo é fazer a ligação entre os clientes europeus e os mercados asiáticos.
3 Outubro 2019, 07h48

O Haitong Bank fechou esta semana uma parceria estratégica com o Haitong International que lhe vai permitir, num cenário pós-Brexit, exercer a atividade corretagem em Lisboa, passando o banco de investimento liderado por Wu Min a ficar responsável pelo cobertura dos clientes na Europa para o produto global do Grupo Haitong. O objetivo passa por ligar os clientes europeus às bolsas asiáticas.

Contactado pelo Jornal Económico, o Haitong Bank explicou que as entidades financeiras sediadas em Londres vão perder o passaporte europeu por causa do Brexit, deixando de poder realizar serviços financeiros com os seus clientes com a União Europeia. Por isso estão a deslocar esses serviços para uma entidade que detém em cidades da UE, como Dublin, Frankfurt ou Paris. “Um estudo apontou que 270 empresas transferiram para UE cinco mil postos de trabalho”, referiu fonte oficial do banco de investimento.

Com esta parceria, o Haitong Bank passará a exercer corretagem para toda UE a partir de Lisboa. A capital portuguesa foi escolhida para receber o negócio de corretagem porque a equipa que trabalha em Lisboa tem “experiência a operar em mercados internacionais, com research internacional”, sendo composta por “equipas de sales e de traders” alicerçada numa “infraestrutura regulatória preparada” e que conta com “muitos clientes” – “já temos a capacidade instalada”.

“Estimamos triplicar as receitas geridas pela corretagem do Haitong Bank”, disse fonte oficial do banco de investimento.

Com esta parceria, o Haitong Bank fará a ligação entre os clientes europeus e o mercado asiático. “É esse o core business“, disse o banco. Dentro da estrutura do Grupo, o Haitong Internacional é a entidade com escala e massa crítica na cobertura de clientes e tem um produto multimercado que cobre ações dos principais mercados na Ásia, como Hong Kong, Japão, Taiwan, Índia ou Coreia do Sul.

Questionado sobre a possibilidade de o Brexit não vir a acontecer, o Haitong Bank disse que o divórcio entre o Reino Unido e a UE “é um caminho de não retorno”, citando exemplos de inúmeros bancos que deslocaram parte dos serviços financeiros que desenvolviam a partir de Londres para outras cidades europeias, como o Merril Lynch Bank of America que os deslocou para Dublin e Frankfurt.

Segundo apurou o Jornal Económico, a parceria foi uma iniciativa Wu Min, CEO do Haitong, e foi fechada com Lin Yong, chairman do Haitong Bank e CEO do Haitong International.

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