O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, defendeu a necessidade de Portugal retomar o equilíbrio das contas públicas atingido em 2019, argumentando que as políticas públicas devem “redobrar a atenção a eventos possivelmente sistémicos que se venham a formar”.
“As políticas públicas, incluindo obviamente a política orçamental, devem ser adequadas a esta parte da recuperação e redobrar a eventos possivelmente sistémicos que se venham a formar”, disse esta quarta-feira durante a apresentação do Boletim Económico de outubro, no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
Mário Centeno reiterou a importância do país retomar a trajetória de diminuição quer da dívida pública, quer da dívida privada e vincou que esta deverá ser tema do próximo Orçamento do Estado, a ser entregue na próxima segunda-feira no Parlamento.
“Manda a prudência nestas circunstâncias que não se alheie o Orçamento de Estado dos contributos para a recuperação económica”, disse, acrescentando, contudo, este ano e nos próximos anos, ao contrário das últimas crises, Portugal beneficia do Programa de Recuperação e Resiliência, que contudo, advertiu, não deve ser um instrumento para penalizar a dívida, mas sim de forma a garantir “que este financiamento alivia a pressão nos orçamentos de estados nacionais”.
O Banco de Portugal (BdP) mantém a convicção de que a meta de 4,5% do PIB para o défice inscrita pelo Governo no Programa de Estabilidade é “alcançável”. No “Boletim Económico de outubro”, a instituição liderada por Mário Centeno antecipa que “apesar da elevada incerteza, o objetivo de 4,5% do PIB para o défice é alcançável”. A menos de uma semana da entrega do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), Mário Centeno mantém-se também mais confiante do que o Governo para o crescimento da economia portuguesa este ano, mantendo inalterada a projeção de 4,8%.
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