Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca, considera que o grupo retalhista espanhol Mercadona está a desenvolver uma “exemplar campanha comunicacional e de relações públicas” para sustentar a entrada no mercado da distribuição em Portugal, a qual, no seu entender, dá “uma dimensão ao ‘fenómeno’ que ultrapassa claramente a dimensão efetiva da operação”.
Em declarações ao Jornal Económico, este responsável considera que a estratégia de expansão da Mercadona em território nacional, anunciada na passada segunda-feira, dia 3 de Setembro, já era previsível, atendendo a que foram sendo conhecidas sucessivas localizações, em muitos casos relacionadas com a aquisição de terrenos.
Pedro Pimentel considera que já há muito se haviam ultrapassado as quatro lojas anunciadas inicialmente. Recorde-se que na passada segunda-feira, a Mercadona anunciou o reforço do investimento em Portugal das iniciais quatro lojas e de cerca de 25 milhões de euros de investimento para um total de oito a 10 lojas e um investimento global calculado em cerca de 100 milhões de euros.
Para o director geral da Centromarca, o aumento do número de lojas da Mercadona em Portugal era tão expectável quanto o aumento do valor de investimento, sobretudo “se considerados os restantes investimentos já concretizados ou anunciados (como a sede social, o centro de co-inovação em Matosinhos, a base logística em Laúndos, na Póvoa do Varzim, ou o programa de formação dos colaboradores já contratados)”.
Pedro Pimentel ressalva que apesar de as anunciadas dez lojas da Mercadona passarem a integrar um setor que conta já com mais de três mil lojas, mas sublinha que “é fácil compreender o receio que esta operação de entrada da Mercadona no mercado português está a gerar nos principais competidores”.
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