O CEO da EDP e EDP Renováveis ganhou mais de 1,8 milhões de euros no ano passado, sendo que o seu salário fixo não chega a 915 mil euros. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o relatório de remunerações nota que o valor recebido por Miguel Stilwell d’Andrade é referente aos montantes dos mandatos de 2018-2020 e 2021-2023.
No mandato que se iniciou em 2021 e vai até ao presente ano, Stilwell d’Andrade vai auferir de 1.303.604 euros. Só no total de 2021, a remuneração do CEO das energéticas atingiu os 1,85 milhões de euros o que significa que Stilwell d’Andrade ganhou menos no ano passado.
“O montante global ilíquido, pago pela EDP, aos membros do Conselho de Administração Executivo em 2022 foi de 8.577.244 euros, sendo 4.882.553 euros relativos ao mandato 2021-2023 iniciado em 19 de janeiro de 2021 e 3.694.691 Euros relativos ao mandato 2018-2020”, aponta a empresa no mesmo comunicado. Em 2021, a EDP pagou 10,7 milhões aos nove executivos que pertenciam ao Conselho de Administração, um valor que foi reduzido para os atuais cinco, sendo esta uma quebra de 25%.
Ainda assim, a remuneração poderia ter sido superior caso todos os objetivos da energética tivessem sido cumpridos integralmente. De acordo com a informação transmitida à CMVM, o presidente do Conselho de Administração, neste caso Stilwell d’Andrade, poderia ter recebido 2,6 milhões de euros, enquanto os restantes membros do Conselho receberiam um total de 7,28 milhões, o que significaria 1,82 milhões para cada um dos membros.
Além da volumosa remuneração, os membros contam ainda com alguns benefícios: pagamento de prémio anual de Seguro de Vida e Seguro de Acidentes Pessoais, pagamento de prémio anual e acesso a Seguro de saúde, extensível a cônjuge e filhos (juntamente com os demais custos associados) e ainda utilização de viatura, motorista e pagamento de custos e despesas relacionadas com a mesma.
O relatório indica ainda que Miguel Nuno Setas, que renunciou ao cargo e passou a CEO da CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias, auferiu de 1.130.330 euros, enquanto Rui Manuel Teixeira ganhou 1.167.677 euros, Vera Carneiro ganhou 1.320.007 euros e Ana Paula Garrido somou 904.977 euros.
Remunerações a antigos gestores
No relatório da EDP enviado à CMVM constam também remunerações pagas a antigos gestores, como é o caso de António Mexia e de João Manso Neto, envolvidos no caso EDP. Ainda que tenham suspendido funções em 2020, “foi acordado que a EDP manteria a obrigação de pagar aos referidos administradores [Mexia e Manso Neto] os montantes pecuniários vincendos devidos a título de remuneração relativamente ao mandato decorrido entre 2018 e 2020, incluindo as respetivas componentes fixa e variável”.
“A EDP obrigou-se a pagar a António Mexia, durante um período de três anos, o montante de 800 mil euros e a manutenção, durante igual período, do pagamento de prémios de seguro de saúde e de seguro de vida, assim como do Seguro de Vida PPR cujo montante líquido representa 10% da remuneração fixa anual”, por as duas partes terem assinado a obrigação de não concorrência.
Em 2022, Mexia recebeu 800 mil euros, aos quais acrescerem 145.896,72 euros relativamente a prémios de seguro de saúde e seguro de vida e seguro de vida PPR. “Em maio de 2022, foi ainda restituído o montante de 73.375,83 euros relativo ao Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares retido com referência ao ano de 2021”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com