O presidente executivo da companhia aérea portuguesa TAP deixou críticas ao grupo francês Vinci que detém a concessão da gestão do aeroporto de Lisboa.
Em entrevista ao jornal espanhol El País, Antonoaldo Neves aponta que as obras previstas para o aeroporto de Lisboa não vão favorecer nenhum dos voos da TAP, sublinhando que a Vinci, dona da ANA – Aeroportos de Portugal, rejeitou a proposta feita pela TAP, companhia que é responsável por mais de 50% dos movimentos no Humberto Delgado.
A solução prevista pela Vinci para o aeroporto de Lisboa “só favorece 20% dos movimentos, nenhum dos nossos. Oferecemos outra solução que favorecia-nos a 100%, mas a Vinci não quis. Propusemos pagar a obra, também rejeitaram”, disse Antonoaldo Neves ao El País.
“É incompreensível a sua postura, quero acreditar que é um grupo que não sabia de nada de aviões quando chegaram aqui e que no futuro vai fazer melhor; mas não se pode dar as infraestruturas de um país, e em regime de monopólio, sem exigir uma série de investimentos”, criticou, referindo-se aos moldes da privatização finalizada em dezembro de 2012 pelo Governo de Pedro Passos Coelho por um valor de três mil milhões de euros.
A TAP paga mais de 100 milhões de euros por ano à Vinci para usar o aeroporto de Lisboa, segundo o jornal espanhol, seis milhões extra por cada novo avião.
A ANA arrancou em janeiro com as obras para a criação de duas saídas rápidas de pista no aeroporto de Lisboa. Para este efeito, a pista está encerrada entre as 23h30 e as 05h30 até final de junho.
Estas saídas rápidas do avião de pista – conhecidas por rapid exit taxiways – vão ser construídas na pista principal do Humberto Delgado: a 03/21. Já a pista secundária do aeroporto da capital – a 17/35 – já tem o seu encerramento previsto pelo Governo.
Mas o que é que está em causa? “Para a pista 21 [sentido norte/sul] conceptualmente estamos ‘ok’, para a pista 03 [sentido sul/norte] identificámos que o desenho não era ótimo”, disse o diretor da operações da TAP à Lusa no final de novembro.
“A curvatura daquela saída rápida [quando o avião aterra e curva para apanhar a saída, como se fosse uma autoestrada], era uma curva quase de 90 graus, o que fazia com que a utilização estimada, real, daquela pista não fosse a que achávamos que o aeroporto deve ter, que aquela saída não era tão rápida como deveria ser e, portanto, que quase não era saída”, explicou Ramiro Sequeira à Lusa.
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