O Novobanco acelerou os preparativos para uma potencial oferta pública inicial (IPO) e espera aproveitar uma oportunidade do mercado para colocar as ações em bolsa, assim que os mercados se abram para novas listagens, disse o CEO Mark Bourke à Reuters nesta sexta-feira.
O Novobanco “ainda não está em processo de IPO”, salientou, mas está a fazer todo o trabalho preparatório, com o objetivo de concretizar um modelo de negócio rentável e sustentável.
O presidente da Comissão Executiva referiu que o banco tem estado a falar com os bancos de investimento sobre a colocação de dívida, cujo sucesso também despertou o interesse dos seus departamentos de ações. “Agora estamos a falar com todos eles”, afirmou o CEO.
Mark Bourke referiu à Reuters disse que o banco tem vindo a apresentar lucros consistentes e é um banco competitivo, de modo que pode continuar a ser um player independente. Desmentindo assim o rumor de que o Novobanco está à venda para ajudar à consolidação na banca em Portugal.
Bourke destacou que o banco apresenta lucros há dez trimestres consecutivos e está a “reforçar a sua posição como banco português independente e forte”.
“Não é apenas (um IPO) o cenário base, mas também nosso nível de prontidão – que é o nosso trabalho – que acelerou nos últimos seis meses porque os mercados finalmente se abrirão”, disse numa entrevista por telefone à Reuters.
“Os mercados não estão abertos nesta fase, mas penso que quando chegarmos a 2024, nós, enquanto banco, estaremos num estado de preparação razoável”, acrescentou Bourke, explicando ainda que o sólido crescimento económico de Portugal, o turismo em expansão e a inflação abaixo da média da UE, tornam o Novobanco num investimento ainda mais atrativo.
“Portugal é uma economia onde se investe muito e ao mesmo tempo o Novobanco é um banco completo que opera puramente na economia portuguesa”, afirmou, referindo-se às atividades do banco que são maioritariamente de retalho e negócios com pequenas e médias empresas (PME) .
O Novobanco reportou que o lucro subiu 40% no primeiro semestre. O quarto maior banco português teve um lucro líquido de 40% no primeiro semestre, graças ao aumento das taxas de juros e ao crescimento dos negócios, uma vez que manteve os custos sob controle.
“O Novobanco continua a superar as expectativas”, acrescentou o CEO. Desde que a Lone Star comprou a sua participação de 75% em 2017, o banco reduziu o risco, fechou filiais no estrangeiro e livrou-se de créditos malparados e imóveis ao abrigo dos duros compromissos de reestruturação acordados por Portugal com a UE.
A par do principal acionista Lone Star, o fundo de resolução português e o Estado detêm os restantes 25% do capital.
À semelhança de outros bancos europeus, o Novobanco beneficiou das subidas das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu. A sua receita líquida de juros (margem financeira) aumentou 96% no primeiro semestre, para 524 milhões de euros.
As imparidades e provisões líquidas ascenderam a 56 milhões de euros face a 19,8 milhões um ano antes “sendo quase na sua totalidade para crédito a clientes e para perdas com títulos”.
O rácio de solvabilidade Common Equity Tier 1 (fully loaded) no final de junho melhorou 200 pontos básicos para 15,1%.
O Jornal Eco, por seu turno, revelou que o antecipa lucros brutos acima dos 700 milhões de euros para este ano.
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