O CEO do Novobanco, Nicolas Naimas, está em conferência de imprensa através de teams, a explicar a compra do Novobanco e disse que “não tem intenção de cotar o Novobanco no futuro”.
O CEO explicou ainda que o BCE foi contactado previamente e é favorável à operação que é uma das maiores operações cross-border do setor na Europa. O banco francês espera a receção das autorizações regulamentares habituais no terceiro trimestre.
“Não está na agenda mudar a marca Novobanco”, disse ainda o CEO do BPCE. Nicolas Naimas tenciona também manter Mark Bourke como CEO. “Isto não é uma fusão, é um investimento no Novobanco”, sublinhou.
O Grupo BPCE clarificou ao Jornal Económico que “não estão previstas alterações na administração do Novobanco”.
O CEO do BPCE explicou que assinou um memorando de entendimento com a Lone Star para 75%, mas o objetivo é comprar 100% e para isso vai hoje falar com o Ministério das Finanças (DGTF tem 11,46%) e com o Fundo de Resolução (13,54%).
Apesar da cláusula de drag-along que os obriga a vender, e que foi acionada pela Lone Star, o CEO do futuro dono do Novobanco disse que respeitará a escolha do Governo. No entanto salientou que a proposta do BPCE é para a totalidade do Novobanco.
Sobre o Banco Primus, que é especializado em crédito automóvel, disse que iria estudar como se ligaria no futuro com o Novobanco.
O CEO do banco francês disse que, de acordo com a lei francesa, este acordo de compra do Novobanco passou previamente pela Comissão de Trabalhadores.
Nicolas Namias realçou que hoje o grupo que lidera já emprega 3 mil pessoas em Portugal, no Porto, e com a compra do Novobanco passam a ter mais de 7 mil colaboradores, ainda assim garante que não há planos para cortes de pessoal.
O BPCE está no Porto através do centro de desenvolvimento tecnológico da Natixis.
“A BPCE emprega atualmente cerca de 3.000 pessoas e está presente em Portugal há mais de 30 anos, através do seu centro de especialização no Porto e das suas subsidiárias locais de financiamento ao consumo (Banco Primus, Oney)”, disse o CEO.
O BPCE assume “um compromisso com a economia portuguesa”, disse o presidente executivo do BPCE. A aquisição do Novobanco “permitirá ao BPCE reforçar o seu papel de parceiro de confiança, comprometido a longo prazo, para a sólida e resiliente economia portuguesa”.
“O BPCE será um parceiro credível da economia portuguesa”, disse, sossegando as empresas portuguesas clientes do Novobanco. O CEO disse que o BPCE é focado no serviço a PME e salientou que o Novobanco também é um banco para as PME”.
“O Novobanco é o 4.º maior banco português em termos de ativos totais, com quotas de mercado de 9% junto de clientes particulares e de 14% junto de clientes empresariais”, salientou.
Depois da aquisição do Novobanco, o rácio de capital CET1 do BPCE baixa para 15%, revelou o CEO que realçou que o price/earnings ratio (PER) desta operação é de 9, em linha com o PER da banca ibérica, disse o banqueiro.
O preço (6,4 mil milhões) “reflete um múltiplo PER coerente em relação à média atual dos bancos ibéricos cotados, comprovando a abordagem disciplinada do BPCE e a sua confiança na capacidade do Novobanco para gerar valor ao longo do tempo”, disse Nicolas Namias.
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