CEO do Citigroup declara que ‘isto não é uma crise de crédito’

A CEO do Citigroup considera que não há uma crise de crédito após falências de bancos nos EUA.

Jane Fraser expressou na quarta-feira confiança na banca dos EUA depois que uma série de bancos terem colapsado o que abalou a confiança dos investidores e alimentou a turbulência nos mercados financeiros globais.

“O sistema bancário é bastante sólido” e os bancos grandes e regionais são bem capitalizados, disse Fraser ao Economic Club de Washington DC na quarta-feira.

“Esta não é uma crise de crédito. Esta é uma situação em que alguns bancos têm alguns problemas, e é melhor ter certeza de cortar o mal pela raiz”, disse a CEO.

O Citi, o quarto maior banco dos Estados Unidos, foi um dos 11 grandes bancos que lançaram um depósito salva-vidas ao First Republic na semana passada num esforço para ajudá-lo a ganhar tempo para a reestruturação.

Os 11 bancos depositaram no First Republic a pedido do Governo 30 mil milhões de dólares.

Segundo a Reuters, o Citi não está interessado em comprar o First Republic, disse Fraser, mas contribuiu com 5 mil milhões de dólares como sinal de confiança – e espera ser reembolsado.

Fraser elogiou ainda a rápida acção tomada pelos reguladores norte-americanos para impedir que a corrida aos depósitos que derrubou o Silicon Valley Bank e o Signature Bank, no início deste mês, se espalhasse mais amplamente.

O Tesouro, a Reserva Federal e a Corporação Federal de Seguros de Depósitos (FDIC) invocaram “excepções de risco sistémico” que lhes permitiram garantir milhares de milhões de dólares de depósitos de clientes não segurados.

“É muito importante proteger os depositantes”, disse Jane Fraser. “O sistema bancário em todo o mundo depende da confiança, e essa confiança tem de estar na segurança dos depósitos”, defendeu.

Noutro país, sobre a aquisição de outro banco em dificuldades, o Credit Suisse pelo rival UBS, no domingo, a CEO disse que não foi surpreendente.

“Não creio que alguém se tenha espantado que o Credit Suisse acabasse por chegar onde chegou, era realmente uma questão de tempo”, disse Fraser. “Tem sido uma instituição problemática durante muito tempo”, disse à Reuters, citando a instabilidade da gestão e as várias crises.