O crescimento da produtividade em Portugal é identificado pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) como o principal risco macroeconómico no longo-prazo, com a instituição a estimar que o PIB real cresça a uma média de 1,9% por ano, entre 2021 e 2035, em linha com a do período anterior à pandemia.
No relatório “Riscos orçamentais e sustentabilidade das Finanças Públicas”, publicado esta quinta-feira, a instituição presidida por Nazaré da Costa Cabral calcula que o crescimento da produtividade total dos fatores será próximo de 0,6% ao ano. Neste cenário estima que a intensidade do capital cresça a uma taxa média de 1,5% ao ano e que o crescimento da produtividade do trabalho se fixe em torno de 1,1% no longo-prazo.
“O contributo da acumulação de capital, no longo-prazo, pressupõe a manutenção de condições de financiamento favoráveis e a estabilização do rácio de investimento no produto em torno dos valores projetados para o final do período de execução do PRR (2021-2026)”, pode ler-se no relatório.
Explica ainda que, entre 2021 e 2025, deverá assistir-se a uma desaceleração progressiva do crescimento do PIB real, e que na ausência de choques, o ritmo de crescimento da economia deverá convergir para 0,7% no longo-prazo, em linha com o crescimento potencial estimado para a economia portuguesa.
“Em termos de composição, o crescimento da economia portuguesa até 2035 deverá, de um modo geral, ser semelhante ao observado em termos históricos no período de 2002 a 2019, assentando predominantemente num contributo positivo da produtividade total dos fatores (1,5 p.p. [pontos percentuais] em média) e em contributos inferiores da acumulação de capital e do trabalho (0,3 p.p. e 0,1 p.p., em média, respetivamente)”, explica o relatório.
O CFP assinala que entre 2021 e 2025, as dinâmicas projetadas para a economia portuguesa deverão traduzir-se por um crescimento médio da economia de m média, 3,5% ao ano, justificando que tal deverá refletir quer o processo de recuperação da crise pandémica, quer o impacto do Plano de Recuperação e Resiliência.
Segundo os cálculos dos peritos de finanças públicas, o crescimento deverá ser suportado por um contributo médio de 2,8 p.p. da produtividade total dos fatores, no contributo de 0,5 p.p. do fator trabalho e na recuperação no contributo da acumulação de capital para 0,2 p.p.
“A forte dinâmica projetada para o contributo da produtividade total dos fatores neste período (2,8 p.p.) reflete entre outros, a evolução esperada para a produtividade aparente do trabalho, a qual deverá crescer 2,6%, fortemente influenciada por um efeito base associado ao período da pandemia, durante o qual, a produtividade diminuiu 3,1%”, indica.
Já no período 2026-2030, a economia portuguesa deverá crescer, em média, 1,4% ao ano, com um contributo de 1,1 p.p. da produtividade total de fatores a continuar “a ser decisivo”.
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