A Caixa Geral de Depósitos reportou lucros dos primeiros nove meses do ano de 1,369 mil milhões a subirem 38,7%. A rentabilidade medida pelo ROE (Return on Equity) ascendeu a 18,8%. Em Portugal a CGD lucrou 1.220 milhões de euros.
A margem financeira subiu 1,5% para 2.121 milhões de euros. Na atividade doméstica a subida é de 1,9% para 1.741 milhões. “Porque triplicámos os juros pagos nos depósitos”, disse o CEO que explicou que a receita sobe à custa da subida dos volumes.
O CEO disse que no terceiro trimestre a receita da margem financeira caiu 2% e Paulo Macedo antevê que no último trimestre esta receita continue a cair.
O pico da margem financeira, na CGD, foi atingido em outubro de 2023, disse.
Nas comissões a subida é de +2,6% para 437 milhões de euros elevando o produto bancário para 2.690 milhões de euros.
Os custos somam 780 milhões de euros, traduzindo uma queda de 1,4%.
O resultado de exploração soma 1.909 milhões no consolidado do grupo, o que traduz uma queda de 5,3%. O banco libertou 106,3 milhões de provisões e isso ajudou à subida do resultado operacional.
Paulo Macedo, CEO, destacou a entrega ao Estado de 1.527 milhões de euros entre impostos e dividendos.
“A Caixa paga ao Estado este ano 4,5 milhões de euros por dia em dividendos e IRC, referentes a 2023 e 2024, num total anual de 825 milhões e 840 milhões, respetivamente”, disse o presidente da CGD.
A diferença entre este valor e o valor inscrito na proposta de Orçamento de Estado do próximo ano em que Governo prevê que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) entregue em 2025 ao Estado 671,5 milhões de euros em dividendos, foi explicada pelo CEO com a diferença entre valor bruto e valor líquido.
“As entregas ao Estado previstas para 2025, tendo em consideração os resultados já alcançados, terão uma magnitude igualmente relevante”, acrescentou.
A CGD reporta também que o desempenho das entidades internacionais gerou um contributo sólido de 149 milhões para o resultado líquido.
“Foram uns primeiros bons nove meses”, disse o CEO.
O CEO da Caixa anunciou que os rácios de capital alcançam 21,0% (CET1) e 21,3% (Total), após distribuição de dividendos de 825 milhões, atingindo integralmente o valor do aumento de capital de 2.500 milhões, em dinheiro, realizado em 2017.
Os capitais próprios permanecem acima de 10 mil milhões através da geração de capital orgânico.
A CGD revelou um rácio NPL de 1,59% no final de setembro, o que traduz uma redução face aos 2,09% do período homólogo, e inferior à média europeia de 1,9%. A cobertura com imparidades aumentou para 144%.
O custo de risco de crédito é em setembro de –0,47% “refletindo a evolução favorável da qualidade do crédito e a melhoria do cenário macroeconómico”. Este custo do risco negativo compara com 0,29% em 2023.
Já a exposição a ativos não core – NPL (Non–Performing Loans), imóveis e fundos de reestruturação – regista redução de 114 milhões de euros neste exercício.
O banco avança que 89,5% da sua carteira de crédito está classificada em Stage 1 (crédito em cumprimento, sem indícios de degradação significativa do risco crédito), o que traduz uma evolução positiva face a dezembro, e face aos 89,1% um ano antes (setembro de 2023).
O banco regista uma queda de imóveis detidos para venda de 20,3% num ano para 251 milhões (incluindo os imóveis do extinto Fundo de Pensões), sendo que este valor traduz uma queda 16,1% para desde o início do ano.
Por último, as propriedades de investimento apresentam um reduzido valor de 11 milhões de euros.
Em termos de exposição a fundos de reestruturação, o banco tem em setembro 118 milhões de euros em unidades de participação em fundos de reestruturação, menos 20,5% face ao fim do dezembro, e menos 39,9% face a setembro de 2023.
Em ROE dos últimos 14 anos (desde 2011) a CGD tem uma rentabilidade média de 1,2%, destacou o banco.
No balanço, o grupo CGD “mantém a liderança de volume de negócios em Portugal com 144 mil milhões de euros, um crescimento superior a 7 mil milhões, face ao período homólogo, o maior da banca Portuguesa, e em todas as suas componentes”. Os depósitos somam 84.499 milhões (+4,9%, dos quais 74,2 mil milhões em Portugal.
No Crédito a Clientes o valor soma 53.977 milhões, um aumento de 2,5%. Na atividade doméstica o crédito ascendeu a 46,6 mil milhões (+2,8%) .
Em Portugal a carteira de Crédito à Habitação regista um crescimento com a produção média de 308 milhões por mês e com uma quota de mercado superior à da sua liderança no setor.
“O novo crédito à habitação registou um valor de 2.772 milhões de euros, +46% face ao
período homólogo, suportando um crescimento da carteira face ao final de 2023″, acrescenta.
A carteira de crédito a empresas e institucionais cresce mais de 700 milhões nos primeiros 9 meses do ano (+3,6%) “evidência do forte apoio à economia”.
A CGD cresceu 7,1% em crédito ao consumo para 1,18 mil milhões de euros.
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