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CGD com lucros de 608 milhões no primeiro semestre a subirem 25%

Os lucros sobem 25% face ao período homólogo muito impulsionados pela margem financeira. O resultado do primeiro semestre teve um contributo da alienação de ativos do extinto Fundo de Pensões de 80 mihões de euros. Paulo Macedo fala em “resultado histórico”.
21 Julho 2023, 16h41

A Caixa Geral de Depósitos registou um resultado líquido de 608 milhões de euros e uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 13,5%. Paulo Macedo, CEO, fala em “resultado histórico”.

Os lucros sobem 25% face ao período homólogo muito impulsionados pela margem financeira. O resultado do primeiro semestre teve ainda um contributo da alienação de ativos do extinto Fundo de Pensões de 80 mihões de euros.

O contributo da atividade internacional para o Resultado Líquido Consolidado da CGD somou 102 milhões de euros.

A Caixa ganhou, no primeiro semestre, 258 milhões de euros com a aplicação de depósitos junto do Banco Central Europeu (BCE), revelou o banco. No primeiro semestre, a CGD tinha 18,8 mil milhões de euros em depósitos em bancos centrais e aplicações em instituições de crédito.  “No caso dos depósitos em bancos centrais, de notar que no primeiro semestre de 2022 a aplicação de taxas de juro negativas pelo Banco Central Europeu representava um custo, situação inversa à dos primeiros seis meses de 2023, quando se registaram taxas positivas, resultando num aumento da margem financeira afeta a estas operações no valor de 253 milhões de euros”, refere a CGD.

“A restante atividade doméstica, incluindo a gestão da carteira de títulos, registou um aumento de 32 milhões de euros”, acrescenta.

O resultado líquido do semestre “permite saldar os prejuízos anteriores”, revelou a administração. “A Caixa entrega este ano 1.200 milhões de euros do valor da recapitalização, com pagamento de dividendos de 713 milhões (referente ao pagamento de 352 milhões em numerário e 361 milhões em espécie, subordinado à autorização do BCE) e a liquidação da emissão Tier 2 no valor de 500 milhões de euros”, diz o banco.

A margem financeira consolidada aumentou 127% (738 milhões) para um total de 1.316 milhões de euros “devido essencialmente ao contributo da atividade em Portugal [em Portugal a receita da margem cresceu num ano 716,7 milhões] reflexo de dois efeitos, o impacto da subida das taxas de juro nas operações de retalho, repartido entre o segmento de clientes particulares (+270 milhões de euros) e empresas e outros clientes (+148 milhões de euros); e o contributo da atividade de tesouraria”, refere o banco.

As comissões caem e têm tendência decrescente, no consolidado caíram 5% para 289 milhões de euros, e na atividade doméstica caíram 3%. A redução de comissões foi impactada por uma diminuição da procura de crédito. Já os resultados de trading subiram 77 milhões num ano para 152 milhões de euros.

Ao todo o produto bancário totalizou 1.775 milhões de euros, o que traduz uma subida de 75,7%.

Do lado dos custos verifica-se um aumento de 13,3% para 556 milhões de euros. Os custos de estrutura sobem por causa do contexto inflacionista e devido ao “investimento continuado”.

Os custos regulamentares totalizaram 69 milhões de euros, que inclui 30 milhões de custos de supervisão e  resolução (fundos de resolução) e 39,5 milhões de Contribuições Extraordinárias (contribuição sobre o setor bancário estabelecido em 2011 e adicional de solidariedade sobre o setor bancário estabelecido em 2020).

As provisões e imparidades registadas no primeiro semestre de 2023 aumentaram 496,2 milhões de euros (dos quais +298 milhões foi o acréscimo das imparidades para crédito) face ao período homólogo de 2022.

Paulo Macedo explicou que os 137 milhões de euros de provisões (+199 milhões face a junho de 2022) que não são para crédito e que estão registadas nas contas do primeiro semestre são “maioritariamente provisões dos custos do programa de reestruturação”.

O cost-to-income que mede a eficiência melhorou para 31,1%.

No que se refere à qualidade da carteira de crédito, o crédito non performing caiu 3,8% em termos de valor absoluto para 1.783 milhões de euros. Mas em termos de rácio de NPL (malparado) este agrava ligeiramente para 2,48% por causa da diminuição da carteira de crédito.

O Crédito a Clientes (Consolidado) caiu 0,8% desde dezembro de 2022 para 52.610 milhões de euros em junho deste ano.

O rácio de cobertura do malparado por imparidades fixou-se em 76,8%.

O risco do crédito subiu para 0,40%, refletindo uma ligeira degradação da qualidade da carteira de crédito, reportou o banco. A CGD anunciou um reforço da imparidade de crédito no valor de +298 milhões de euros que reflete uma abordagem preventiva.

O crédito performing (em Stage 1) continua a representar mais de 88% da carteira de crédito, diz a CGD.

Nos ativos não core, que inclui a incorporação dos imóveis do Fundo de Pensões, a CGD revelou que os imóveis detidos para venda somam 339 milhões de euros, dos quais 69 milhões dizem respeito a Imóveis do extinto Fundo de Pensões.

Por sua vez o montante em fundos de reestruturação totaliza 197 milhões de euros em Junho.

No balanço, os recursos de clientes, incluindo os depósitos, caíram -5,6% para 79.297 milhões de euros. Em Portugal os depósitos somam 68.842 milhões de euros, o que compara com 72.605 milhões de euros no fim de dezembro.

Já no que se refere aos rácios, a CGD revelou um rácio de CET1 de 19,3%. Por sua vez, o Texas Ratio (Non Performing Exposure EBA / (Imparidade + Tangible Equity) fixou-se em 19,1%.

(atualizada)

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