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CGD vai levar à Assembleia Geral distribuição 85 milhões em dividendos ao Estado

O valor dos dividendos que a Caixa propõe pagar este ano não pode pôr em causa uma das prioridades do banco para 2022, que é o de “substituir a sua emissão de 500 milhões de euros de Additional Tier 1 que foi colocada com juros de 10,7%”.
11 Fevereiro 2021, 21h38

Seguindo a recomendação do Banco Central Europeu, irá ser proposta à Assembleia Geral a distribuição de dividendos referentes a 2020 num valor correspondente a 20 pontos base do rácio CET1, o que equivale acerca de 85 milhões de euros, anunciou o banco.

Paulo Macedo explicou que a recomendação do BCE vai no sentido de poderem ser distribuídos dividendos até 20 pontos base do capital ou 15% dos resultados.

A CGD respeitará a decisão do BCE e portanto submeteu este valor ao banco central com sede em Frankfurt que só será pago se essa entidade aprovar.

O valor dos dividendos que a Caixa propõe pagar este ano não pode pôr em causa uma das prioridades do banco para 2022, que é o de “substituir (exercendo a call no mercado) a sua emissão de 500 milhões de euros de Additional Tier 1 que foi colocada com juros de 10,7%. Se a CGD tiver capital robusto para isso, se as autoridades assim o considerarem, poderá fazer uma emissão muito mais barata e poupar até 40 milhões de euros”, disse o CEO da CGD.

“Há que devolver dinheiro aos contribuintes, devolver dinheiro que foi posto na CGD (não a fundo perdido como no Banif ou BPN) mas sim como um investimento que pode dar um retorno”, disse Paulo Macedo.

O CEO reconhece que estes dividendos a pagar após a assembleia geral de maio, o que levará ao pagamento em junho, ficam aquém do que estava definido pelo banco, de distribuição de até 40% a 50% dos resultados. “Ficará muito abaixo para cumprir com as regras do BCE”, disse o banqueiro.

Questionado sobre a possibilidade de poder ser pago um valor adicional a este, que possa permitir aproximar o montante a pagar em dividendos este ano dos 160 milhões previstos pelo Governo, Paulo Macedo disse que “essa questão coloca-se se a pandemia não trouxer más notícias”, ou seja, se retoma da economia vier e se o crédito malparado não acelerar no fim das moratórias.

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