Esteve hoje em Lisboa uma delegação do espanhol Abanca na sede do EuroBic, na Avenida António Augusto Aguiar, em Lisboa, apurou o Jornal Económico.
A delegação do Abanca Corporación Bancaria foi liderada pelo chairman, Juan Carlos Escotet, e pelo CEO, Francisco Botas, e foi vista a entrar, esta segunda-feira, na sede do banco que Isabel dos Santos tem à venda.
O Abanca não comenta e o EuroBic também não faz comentários.
Tal como avançado em primeira-mão pelo Jornal Económico, o Abanca está entre os bancos que Isabel dos Santos convidou a estudar a compra dos 42,5% do EuroBic.
O Abanca não é o único que está a visitar o EuroBic, sabe o Jornal Económico, têm ido outras delegações de bancos interessados à sede do banco de capitais angolanos.
Outra novidade, que não foi possível confirmar ainda, é que o acionista Fernando Teles poderá também estar vendedor juntamente com Isabel dos Santos. Portanto o EuroBic pode ser vendido na totalidade, se essa for uma condição do potencial comprador.
Ainda antes de ser conhecido o processo do “Luanda Leaks” já Isabel dos Santos estava a tentar vender o EuroBic, soube o JE. Mas a hecatombe de revelações que vieram a seguir tornaram essa tentativa numa venda formal legitimada por comunicado oficial. O desenvolvimento do processo judicial em Angola e revelação dos 715 documentos do “Luanda Leaks” aceleraram o processo. Para ajudar à celeridade está o facto de Isabel dos Santos ter agora o supervisor bancário (Banco de Portugal/BCE) como “defensor” da venda o mais rápido possível.
O processo de venda está em curso, tendo sido mandatados bancos de investimento para alienarem a participação da principal acionista. Isabel dos Santos tem 42,5% do EuroBic através da Santoro Financial Holding SGPS (que detém 25%), com sede em Portugal, e da Finisantoro Holding Limited, que tem 17,5%, com sede em Malta. O luso-angolano Fernando Teles controla 37,5%.
O banco ainda liderado por Fernando Teixeira dos Santos comunicou oficialmente na semana passada que Isabel dos Santos vai sair da estrutura acionista do EuroBic, depois de ter sido constituída arguida em Angola por suspeitas de má gestão e desvio de fundos durante a passagem pela petrolífera estatal Sonangol.
A empresária angolana, filha do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos, decidiu apressar a saída do banco que fundou, juntamente com Américo Amorim e Fernando Teles, em 2008. “Tomou a decisão de saída da estrutura acionista do EuroBic”, de forma definitiva e a “concretizar-se o mais brevemente possível”, disse o comunicado do banco. “A acionista renunciou desde já e em definitivo ao exercício dos seus direitos de voto”, lê-se ainda no documento.
A decisão de abandonar a estrutura acionista do EuroBic foi tomada “com vista a salvaguardar a confiança na instituição”, informou o banco.
Neste âmbito, “a operação de alienação da sua participação foi já iniciada, a qual, face à existência de interessados, tem assegurada a sua concretização a muito breve prazo, sujeita, nos termos da lei, à prévia autorização das autoridades competentes”.
Isabel dos Santos aponta assim para a “existência de interessados” no EuroBic.
O Bankinter terá sido convidado também a estudar o dossier, tal como o CaixaBank, sendo que este não terá demonstrado interesse, dizem fontes do mercado.
O EuroBic chegou ao final do terceiro trimestre com capitais próprios de 557 milhões de euros, um valor que tendo em conta os resultados positivos que se antecipam para os últimos três meses do ano passado, poderão aumentar para um valor em torno dos 600 milhões de euros, segundo noticia o Eco.
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