O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, reuniu-se em Nova Iorque com o homólogo da Guiné Equatorial, Simeon Oyono Esono Angue, e debateram o estado das relações bilaterais e a atual agenda internacional, foi hoje anunciado.
Num comunicado hoje divulgado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa afirma que durante a reunião na passada sexta-feira, à margem da 77.ª Sessão da Assembleia-Geral da ONU em Nova Iorque, os dois ministros debateram “a atual agenda internacional, com enfoque em questões regionais agudas no continente africano”.
Os dois ministros salientaram a importância crucial da segunda Cimeira Rússia-África, a realizar em São Petersburgo em 2023, para o reforço das diversas relações da Federação Russa com nações africanas, adianta-se no comunicado.
Na sexta-feira, o chefe da diplomacia da Guiné Equatorial afirmou, em Nova Iorque, o compromisso na defesa dos direitos humanos, numa altura em que o mundo enfrenta “várias crises”.
Na promoção dos Direitos Humanos, a Guiné Equatorial “criou uma série de estratégias” para reforçar os direitos das crianças, dos deficientes, bem como o direito à alimentação, ao acesso a vacinas contra pandemias e à habitação, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional equato-guineense, no discurso na 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU.
O responsável destacou “a grande preocupação” das autoridades da África Central em relação à “crise persistente” causada pela pirataria marítima no Golfo da Guiné.
“Insistimos na necessidade de organizar uma cimeira sobre o Golfo da Guiné de modo a criar uma estratégia para travar as atividades terroristas e tentativas de perturbar a paz regional e mundial”, disse o responsável, acrescentando ser ainda necessário “unir esforços” no desenvolvimento da região para que possa “responder aos desafios colocados”.
O continente africano tem de continuar a estar “no centro de iniciativas” de apoio e de financiamento ao desenvolvimento sustentável, de forma a atingir os objetivos para 2030 e 2063, definidos pela União Africana, “sem deixar ninguém para trás”, tal como no financiamento para a manutenção da paz, “fundamental na luta contra o terrorismo, migração, tráfico de seres humanos, pirataria e grupos de mercenários, fatores que prejudicam o desenvolvimento do continente africano”, indicou.
Por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional da Guiné Equatorial defendeu também uma reforma do sistema da ONU, incluindo o Conselho de Segurança.
Esono Angue referiu que África tem apelado, há mais de 15 anos, “para uma correção desta injustiça”, com a atribuição de “dois lugares de membro permanente e mais dois lugares de membro não-permanente no Conselho de Segurança” ao continente.
Deixou também um apelo à paz e à segurança mundiais, pedindo à Assembleia-Geral que denuncie e rejeite “categoricamente a constante interferência externa que está a desestabilizar alguns países do mundo”.
O regime da Guiné Equatorial, que aderiu à Comunidade dos Países de Língua portuguesa (CPLP) em 2014, é acusado por organizações internacionais de violações dos direitos humanos, num país liderado há 43 anos pelo Presidente Teodoro Obiang, o chefe de Estado há mais anos no poder no mundo.
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