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“Chega não é confiável”, acusa Cotrim Figueiredo. “A Iniciativa Liberal é o partido dos privilegiados”, responde Ventura

O primeiro tema mostrou as clivagens entre os dois partidos. O moderador colocou a questão: se foi possível um entendimento com o Chega para formar maioria nos Açores, porque não repeti-lo no Continente? André Ventura acusou o PSD, o CDS e a Iniciativa Liberal de um “arranjo” para que o Chega não conte para a Governação. João Cotrim de Figueiredo respondeu de forma dura afirmando que “a estratégia do Chega falhou”.
  • Lusa
9 Janeiro 2022, 22h48

Um futuro Governo com ou sem o Chega, a gestão da TAP e a sustentabilidade da Segurança Social à boleia dos apoios sociais foram temas em destaque no debate que opôs André Ventura, presidente do Chega, a João Cotrim de Figueiredo, presidente da Iniciativa Liberal, que teve lugar na RTP este domingo.

Governo: com ou sem o Chega?

O primeiro tema mostrou as clivagens entre os dois partidos. O moderador colocou a questão: se foi possível um entendimento com o Chega para formar maioria nos Açores, o que impede de ser repetido no Continente? André Ventura acusou o PSD, o CDS e a Iniciativa Liberal de um “arranjo” para que o Chega não conte para a Governação. João Cotrim de Figueiredo respondeu de forma dura afirmando que “a estratégia do Chega falhou” e que este “é um partido sem coragem para medidas difíceis, desorganizado e com medidas extremistas”. Em suma, o presidente da IL acusou o Chega de “não ser confiável”, dando o exemplo das três votações diferentes em 12 horas no tema do Novo Banco e na confusão de posição relativamente à fiscalização das verbas para TAP. Em resposta, André Ventura acusou a IL de ser “o partido dos privilegiados, que sempre votou ao lado do PS”.

Defendendo a posição do Chega quanto ao tema da TAP, o presidente do Chega acusou a IL de “só querer lucro e de não querer saber Portugal”: “Não querem saber se há rotas que têm de ser mantidas. A IL não é esquerda nem direita, é do lucro. Há interesses estratégicos que a TAP tem que assegurar”, defendeu.

Voltando a um tema que já tinha trazido no debate entre a IL e o Bloco de Esquerda, André Ventura acusou os liberais de quererem que “os alunos fiquem devedores do valores que irão pagar pelo seu curso e ainda dos juros”. Cotrim de Figueiredo demarcou-se totalmente do tema, destacando que a proposta já não consta do programa eleitoral de 2022 mas deixando uma farpa ao seu oponente: “O nosso programa tem densidade ao contrário das nove páginas do programa do Chega”.

Subsídios e TAP

O tema dos subsídios mostrou também a clivagem dos dois partidos. André Ventura voltou a insistir que o valor pago anualmente pelo Rendimento Social de Inserção, 300 milhões de euros por ano, “é extraordinariamente elevado” e que o país não pode continuar a ter “a bandalheira total nos apoios sociais”. Cotrim de Figueiredo discordou por completo da posição do oponente mostrando um gráfico onde defende que se conclui que “eram precisos 220 anos de apoios a famílias de etnia cigana para pagar apoio à TAP”. “Temos um problema de sustentabilidade da Segurança Social, queremos adotar um pilar de capitalização para que haja um bolo de financiamento da economia”, defendeu a IL sobre este tema.

Para finalizar, um tema ligado ao início do debate sobre o apoio a um Governo liderado por Rui Rio e se o líder do PSD seriam um bom primeiro-ministro. “Rui Rio deu provas no Parlamento que está mais vezes ao lado do PS do que à frente da oposição”, destacou Ventura; “Se Rui Rio tiver um bom programa e se nunca perder a determinação de o executar, pode ser um bom primeiro-ministro de Portugal”, concluiu Cotrim de Figueiredo.

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