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China ameaça colocar empresas estrangeiras em “lista negra” como retaliação pela Huawei

As autoridades da China estão a preparar a criação de uma “lista negra” de empresas estrangeiras, condicionando ou proibindo a sua circulação no mercado chinês, à medida que aumentam as tensões comerciais com os Estados Unidos da América. A ameaça está a ser interpretada como uma retaliação pelas proibições impostas à empresa chinesa Huawei.
1 Junho 2019, 16h30

A guerra comercial em curso entre a República Popular da China e os Estados Unidos da América (EUA) está a escalar para um novo pico de tensão. As autoridades da China preparam a criação de uma “lista negra” de empresas estrangeiras, condicionando ou proibindo a sua circulação no mercado chinês, à medida que aumentam as tensões comerciais com os EUA. A ameaça está a ser interpretada como uma retaliação pelas proibições impostas à empresa chinesa Huawei.

De acordo com um comunicado emitido ontem pelo Ministério do Comércio, o Governo chinês planeia estabelecer uma “lista de entidades não confiáveis” que poderá incluir empresas estrangeiras, indivíduos e organizações. As empresas que violarem as leis de mercado serão colocadas nessa lista. O mesmo se aplica a empresas que bloqueiem fornecimentos a empresas chineses por “razões não comerciais” ou que prejudiquem os seus interesses.

O anúncio da “lista negra” surge na sequência da proibição de exportações que os EUA aplicaram à Huawei, empresa chinesa de telecomunicações. Essa proibição impede objetivamente as empresas norte-americanas de fazerem negócios com a Huawei. A Administração liderada por Donald Trump alega que os equipamentos da empresa chinesa podem ser utilizados para atividades de espionagem.

“As empresas, organizações e particulares estrangeiros que não obedecerem às regras do mercado, que se afastam do espírito de um contrato, que impõem embargos ou param de fornecer empresas chinesas por razões não comerciais e danificam gravemente os seus interesses e direitos legítimos serão colocados numa lista de entidades não confiáveis”, informou ontem o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng.

Esta nova medida é anunciada na véspera da entrada em vigor de novas taxas aduaneiras punitivas na China sobre produtos norte-americanos, cerca de um ano depois do início das hostilidades comerciais desencadeadas pelo presidente dos EUA.

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