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China ameaça “retaliar” em caso de sanções norte-americanas

“Somos firmemente contra esses projetos de lei e aprovaremos uma resposta firme com medidas de retaliação” se o Congresso norte-americano as aprovar, advertiu o porta-voz da Assembleia Nacional Popular (ANP, o parlamento chinês), Zhang Yesui, numa conferência de imprensa.
21 Maio 2020, 17h23

A China avisou hoje que adotará “medidas de retaliação” se o Congresso dos Estados Unidos aprovar sanções contra Pequim, que é responsabilizada por Washington pela pandemia de covid-19.

“Somos firmemente contra esses projetos de lei e aprovaremos uma resposta firme com medidas de retaliação” se o Congresso norte-americano as aprovar, advertiu o porta-voz da Assembleia Nacional Popular (ANP, o parlamento chinês), Zhang Yesui, numa conferência de imprensa.

Em Washington, os senadores republicanos apresentaram em meados de maio um projeto de lei que dá o poder ao Presidente norte-americano, Donald Trump, para impor sanções à China se Pequim não esclarecer completamente a forma como se desencadeou a pandemia de covid-19.

O vírus surgiu em fins do ano passado em Wuhan, cidade no centro da China, que só viria a ser colocada em confinamento a partir de 23 de janeiro já deste ano por um período de dois meses e meio.

A pandemia estendeu-se, depois, a todo o mundo, contaminando mais de cinco milhões de pessoas, que levaram à morte cerca de 330 mil infetados, tendo mais de 1,8 milhões de infetados recuperado.

A administração Trump tem acusado as autoridades chinesas de ter tardado em alertar o mundo para a epidemia e de ter dissimulado a amplitude na China.

Tanto Trump como o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, manifestaram abertamente suspeitas de que Pequim escondeu um suposto acidente num laboratório de virologia em Wuhan, que estará na origem da pandemia.

Em resposta, Pequim acusou Washington de tentar fazer da China um “bode expiatório” e de desviar as atenções para a amplitude do número de infetados nos Estados Unidos, de longe o país mais afetado pela pandemia.

“Não é uma atitude responsável dissimular os seus próprios problemas e acusar os outros. Jamais aceitaremos processos judiciais injustificados nem pedidos de indemnização”, declarou Zhang Yesui, horas antes da abertura da sessão anual da ANP.

O contágio de covid-19 praticamente parou na China, em que, segundo o balanço mais recente, dá conta de quase 83.000 casos de contaminação, 4.634 deles mortais.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,2 milhões contra cerca de dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 133 mil contra mais de 169 mil).

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (93.439) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,5 milhões).

Seguem-se o Reino Unido (36.042 mortos, perto de 251 mil casos), Itália (32.330 mortos, mais de 227 mil casos), França (28.132 mortos, mais de 181 mil casos) e Espanha (27.940 mortos, mais de 233 mil casos).

A Rússia, com menos mortos do que todos estes países (3.099), é, no entanto, o segundo país do mundo com mais infeções (mais de 317.500), seguido pelo Brasil (mais de 291.500 casos e 18.859 mortes).

Por regiões, a Europa soma mais de 169.900 mortos (quase dois milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 99.500 mortos (mais de 1,6 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 33.900 mortos (mais de 612 mil casos), Ásia mais de 13.100 mortos (mais de 399 mil casos), Médio Oriente mais de 8.400 mortos (mais de 309 mil casos), África mais de 2.900 mortos (mais de 95.500 casos) e Oceânia com 128 mortos (mais de 8.400 casos).

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