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China funde agências de investimento e cria empresa que vai gerir 213 mil milhões em ativos

Embora a China tenha cerca de 145 empresas de investimento, Pequim planeia consolidar o setor, com vista a ter dois ou três bancos de investimento que possam competir globalmente e enfrentar Wall Street até 2035, o que resultou recentemente em várias iniciativas de fusão.
9 Setembro 2024, 08h00

A China pretende fundir duas das principais agências de investimento do país, a Guotai Junan e a Haitong, para criar a maior empresa nacional do setor, com cerca de 1,68 biliões de yuan (213,357 mil milhões de euros) sob gestão.

O plano, anunciado na semana passada, envolve uma troca de ações e está ainda pendente da aprovação dos conselhos de administração, dos acionistas e das autoridades reguladoras de ambas as empresas.

As duas empresas estão sediadas em Xangai, considerada a capital económica da China, cuja gestora pública de ativos controla a Guotai Junan e detém a maior participação na Haitong, a mais pequena das duas.

Tanto a Guotai Junan como a Haitong suspenderam a cotação das suas ações em Hong Kong e Xangai, especificando que, neste último mercado, o congelamento não deverá durar mais de 25 dias úteis, de acordo com o portal de notícias de negócios Yicai.

Embora a China tenha cerca de 145 empresas de investimento, Pequim planeia consolidar o setor, com vista a ter dois ou três bancos de investimento que possam competir globalmente e enfrentar Wall Street até 2035, o que resultou recentemente em várias iniciativas de fusão.

Por exemplo, a Guosen está a tentar adquirir a quase totalidade da Vanho, e a Guolian também indicou que irá adquirir a Minsheng e a Western.

De acordo com um analista citado pelo Yicai, o acordo tem também como objetivo dotar Xangai de um banco de investimento de “classe mundial” que esteja à altura do estatuto da cidade como centro financeiro internacional.

A fusão da Guotai Junan e da Haitong ultrapassaria a Citic Securities como a maior corretora de investimentos da China, embora o setor tenha sofrido muito nos últimos anos face a uma recuperação económica mais fraca do que o esperado e à queda dos mercados locais: o índice CSI 300 das 300 maiores empresas das bolsas de Xangai e Shenzhen está quase 45% abaixo do seu pico de fevereiro de 2021.

A Bloomberg observou recentemente que o Haitong ganhou menos 75% no primeiro trimestre, pelo que a fusão poderia resolver alguns dos seus problemas, em parte devido à “qualidade não muito saudável” dos seus ativos subjacentes, segundo os especialistas.

Outra consequência possível da fusão seria a perda de postos de trabalho: a Guotai Junan tem cerca de 15.000 trabalhadores e a Haitong mais de 13.600.

Pequim, que permite a plena participação estrangeira em empresas deste setor desde 2020, já tinha considerado uma operação semelhante há alguns anos, embora nesse caso se tratasse da aquisição de uma participação na CSC Financial pela empresa-mãe da Citic Securities.

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