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China promete retaliar se Microsoft avançar com “roubo” do Tik Tok

O Governo chinês deixou claro, através de uma publicação no “Diário de Pequim”, que se esperam retaliações caso a app Tik Tok seja comprada pela Microsoft. As negociações estão para já suspensas, mas Donald Trump deu 45 dias para que as partes cheguem a um acordo.
4 Agosto 2020, 16h59

As negociações entre a Microsoft e ByteDance para a aquisição da app de vídeos Tik Tok já se fizeram ecoar na China e, esta terça-feira, o governo chinês fez saber da disponibilidade para retaliar.

Através do Diário da China, jornal considerado como próximo do Governo, as autoridades de Pequim fizeram saber que não estão dispostas a compactuar com o que apelidam de um “roubo”. E dizem mesmo que a venda imposta por Washington não deixa outra alternativa senão “a submissão ou um combate mortal no reino das tecnologias”. Pelo que se adivinham tempos conturbados para as tecnológicas americanas em solo chinês.

Esta segunda-feira a gigante tecnológica norte-americana avançou que tem intenções de adquirir o Tik Tok depois de Donald Trump ter anunciado que pretende banir a aplicação do país.

“A Microsoft vai avançar rapidamente para continuar as discussões com a empresa-mãe do TikTok, ByteDance, numa questão de semanas, e em qualquer caso completar estas conversações o mais tardar até 15 de setembro de 2020”, lê-se no comunicado da empresa.

As possíveis retaliações a que se refere o governo de Xi Jinping variam desde o agravamento da política fiscal chinesa face às importações americanas, (que despoletou uma guerra comercial entre os dois países), à limitação de encomendas de materiais e componentes eletrónicas de origem chinesa (muito utilizadas para a construção de telemóveis, computadores, televisões, carros e outras tecnologias) u simplesmente à interdição de aplicações e redes sociais americanas na China (como já acontece com o Facebook).

Recorde-se que esta não é a primeira vez que Donald Trump cria conflitos com uma empresa tecnológica chinesa. No ano passado, a Huawei foi motivo de uma guerra entre os dois países que acabou com a gigante tecnológica a integrar na “lista negra” dos EUA. E os motivos são os mesmos: segurança nacional.

Em ambos os casos, a atual presidência dos EUA considera que há o risco de uma marca tecnológica ser obrigada a partilhar informação de cidadãos e instituições americanas com os serviços de espionagem controlados pelo governo chinês.

Quanto a valores, a Reuters dá conta de uma proposta de 50 mil milhões de dólares (cerca 42,6 mil milhões de euros) que foi apresentada por um conjunto de investidores americanos. A proposta, que não chegou a ser anunciada pela via oficial, não terá tido recetividade por parte dos representantes da ByteDance.

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