O mundo fala de “guerra comercial”, mas os temas críticos entre os EUA e a China têm mais relação com supremacia tecnológica do que com tarifas. Ainda na quarta-feira, após uma cimeira da NATO, Donald Trump fez questão de salientar que os países da Aliança Atlântica não irão continuar a desenvolver a relação com a Huawei.

O “Financial Times” noticiava, na edição de terça-feira, que a China está a tentar criar standards internacionais na área do reconhecimento facial que sejam adotados pela União Internacional de Telecomunicações (ITU). O objetivo da China é influenciar as economias em desenvolvimento de África, Ásia e Médio Oriente, regiões que não dispõem dos recursos técnicos ou financeiros necessários ao desenvolvimento de soluções próprias e por isso aderem normalmente aos standards da ITU. A Europa e América do Norte trabalham com outros organismos e arriscam-se a perder o momento de entrada a nível global.

A China tem mostrado especial interesse no desenvolvimento do reconhecimento facial em África, por ser tecnicamente mais exigente, e já instalou dezenas de milhares de câmaras em países como a África do Sul e o Uganda. O objetivo é desenvolver e dominar o setor da Inteligência Artificial a nível global.