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China reage ao caso BYD no Brasil e exige que empresas cumpram leis nacionais

O Ministério Público do Trabalho brasileiro entrou esta semana com uma ação cível contra a BYD e duas empreiteiras por trabalho escravo e tráfico internacional de pessoas.
BYD
A BYD Build Your Future logo during the 101st Brussels Motor Show at Brussels Expo in Brussels, Belgium, 16 January 2025. The event takes place from 10 to 19 January 2025. EPA/OLIVIER MATTHYS
29 Maio 2025, 17h43

O Governo chinês afirmou hoje que exige às empresas nacionais o cumprimento das leis nos países onde operam, numa reação à denúncia no Brasil contra a empresa chinesa Build Your Dreams (BYD) pelo suposto uso de trabalho escravo.

“O Governo atribui grande importância à proteção dos direitos e interesses legítimos dos trabalhadores e exige que as empresas chinesas cumpram as leis onde quer que operem”, disse hoje a porta-voz dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, quando questionada sobre o caso.

O Ministério Público do Trabalho brasileiro entrou esta semana com uma ação cível contra a BYD e duas empreiteiras por trabalho escravo e tráfico internacional de pessoas.

O caso envolve 220 trabalhadores chineses resgatados em dezembro de 2024 de uma unidade industrial da BYD no estado da Baía.

De acordo com as autoridades brasileiras, estas 220 pessoas foram trazidas da China com vistos irregulares para “serviços especializados” que não correspondiam às tarefas que efetivamente desempenhavam, tendo os seus passaportes sido mantidos sob vigilância armada.

As vítimas viviam em alojamentos sobrelotados e precários, com uma casa de banho para cada 31 pessoas, camas sem colchões e alimentos armazenados junto a materiais de construção, e sofriam uma retenção até 70% dos salários se abandonassem o trabalho.

Quando o incidente se tornou conhecido, a empresa chinesa anunciou a rescisão do contrato com o Grupo Jinjiang e declarou que “não tolera o desrespeito à legislação brasileira e à dignidade humana”.

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