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China Three Gorges não renuncia a condição de lançamento na OPA da EDP e condena Oferta à morte

O que significa que, se a desblindagem não passar na próxima AG, a OPA cai. A CTG garantiu que “permanecerá como investidora de longo prazo da EDP, e continuará a contribuir como parceira estratégica para o desenvolvimento sustentável da empresa”.
  • António Mexia
22 Abril 2019, 19h23

A China Three Gorges anunciou que não vai prescindir da condição de lançamento da OPA – de os votos da EDP deixarem de estar blindados a 25%. O que significa que se a desblindagem não passar na próxima Assembleia-Geral de 24 de abril, a OPA cai.

A China Three Gorges (Europe) notificou hoje o Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral da EDP, Rui Medeiros, para dizer que “em face dos esclarecimentos feitos pela CMVM no dia 12 de abril, (…) a CTG gostaria de declarar irrevogavelmente a todos os interessados, e em especial, aos acionistas da EDP que todas as condições a que o lançamento da Oferta se encontra sujeita permanecem em vigor e, especificamente, no caso de o resultado da votação não permitir a eliminação do atual limite à contagem de votos, que a CTG não renunciará a essa condição”. Isto significa que se a desblindagem, proposta pelo Fundo Elliott, não passar na próxima assembleia de 24 de abril, a OPA não é lançada.

A probabilidade de o fim do limite de votos a 25% na EDP passar na reunião de acionistas é baixa, pelo que esta decisão dos chineses é a antecâmara do fim da Oferta Pública de Aquisição.

Os chineses dizem que a sua oferta lançada preliminarmente em maio de 2018, visou “continuar o contributo para o desenvolvimento sustentável de longo prazo” da EDP.

A CTG diz que pretende “contribuir com os seus ativos operacionais de alta qualidade nos mercados ocidentais, o que permitirá à EDP reforçar ainda mais o seu potencial de crescimento e de negócios”. Para os chineses isto seria uma situação “win-win” para a EDP, os seus acionistas e o país.

Segundo o comunicado, a CTG assegura que “dedicou todos os seus recursos para avançar (…) com todos os registos regulatórios necessários”, o que resultou na análise dos requisitos de registo em 14 jurisdições diferentes, envolvendo mais de 25 reguladores e regimes jurídicos diferentes. Os chineses dizem que já obtiveram resultados positivos num grande número de aprovações regulatórias e, “apesar de um ambiente geopolítico e macroeconómico mais desafiador, continuamos a trabalhar ativamente para a conclusão bem-sucedida dos demais processos”.

Apesar de tudo, a CTG garantiu que “permanecerá como investidora de longo prazo da EDP, e continuará a contribuir como parceira estratégica para o desenvolvimento sustentável da empresa”.

A acionista da eléctrica diz ainda que tem uma relação de longa data com a EDP e com os seus stakeholders, “forjada desde o investimento inicial na EDP em 2012”.

“Ao longo dos últimos sete anos, a CTG cumpriu as leis e regulamentos portugueses, bem como os estatutos da EDP e continuará a fazê-lo. A CTG cumpriu todas as obrigações assumidas durante o processo de privatização, trabalhando em cooperação com os acionistas de longo prazo da EDP e sua equipa de gestão”, lê-se no comunicado.

“Durante este período, a CTG apoiou a desalavancagem da EDP através da aquisição de participações minoritárias nos projetos de energia renovável da EDP, reforçou a liquidez da EDP durante a crise de dívida soberana, fornecendo acesso a financiamento em condições favoráveis através da relação da CTG com o financiamento chinês e promovendo o crescimento da empresa em novos mercados, através da implementação de investimentos conjuntos bem-sucedidos”, explicou a maior acionista da EDP.

Como resultado, diz a CTG, “a EDP conseguiu regressar aos mercados de capitais internacionais em setembro de 2012, como o primeiro emitente português após o resgate de Portugal em 2011 (incluindo a recuperação do grau de investimento em 2015), mantendo os negócios da sociedade integrados e preservando o emprego”.

(atualizada)

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