A China vai abrir uma nova linha de crédito no montante de 11 mil milhões de dólares (9,4 mil milhões de euros) a favor de Angola, ao abrigo de um acordo a ser assinado no decurso da visita oficial à China do Presidente João Lourenço, no início de setembro, informou o África Monitor.
O boletim de informação adiantou que parte substancial da nova linha de crédito, garantida por petróleo, destina-se a financiar 78 projectos de desenvolvimento, a maior parte dos quais no sector das infra-estruturas.
O Presidente de Angola, que deverá visitar a China a 12 de outubro próximo, esteve recentemente em Pequim para participar na terceira cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).
De acordo com o África Monitor, a hipótese, inicialmente admitida, de se aproveitar essa oportunidade para a assinatura do novo acordo de cooperação, foi posta de lado por se ter considerado que seria mais próprio fazê-lo no contexto de uma visita oficial.
Para finalizar a negociação do acordo, uma missão chefiada pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, integrando o ministro dos Transportes Ricardo de Abreu, chegará a Pequim alguns dias antes da visita do Presidente João Lourenço.
À margem da realização do FOCAC, o ministro Archer Mangueira anunciou que a dívida de Angola à China ascende a 23 mil milhões de dólares (cerca de 20 mil milhões de euros).
Os projetos angolanos a financiar
No início de setembro, Angola esteve representada ao mais alto nível no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), em Pequim, tendo Luanda em vista o culminar das negociações para uma nova linha de crédito chinês de 11.000 milhões de dólares, para financiar vários projetos.
A comitiva foi liderada pelo Presidente de Angola, João Lourenço, que teve, a 2 de setembro, um encontro bilateral com o homólogo chinês, Xi Jinping, tal como anunciou, em comunicado, o ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto. Na mesa das conversações com as autoridades chinesas esteve um novo programa de financiamento, incidindo sobre os projetos e montantes que a China poderia conceder.
Entre os vários projetos esteve a negociação dos termos para um empréstimo de 1.282 milhões de dólares (1.098 milhões de euros), montante destinado a pagar até 85% do valor do contrato para a conceção, construção e acabamento do novo aeroporto internacional da capital de Angola, que está a ser construído a 30 quilómetros de Luanda por várias empresas chinesas.
Através do banco estatal chinês, que apoia a importação e exportação do país (Exim Bank), Angola negociou também empréstimos de 690 milhões de dólares (600 milhões de euros) para a construção da marginal da Corimba (Luanda).
As negociações passaram também por empréstimos de 760,4 milhões de dólares (651,7 milhões de euros) para o sistema de transporte de energia elétrica do Luachimo, e de 1.100 milhões de dólares (942,8 milhões de euros) para a construção de uma academia naval em Kalunga, Porto Amboim (Cuanza-Sul).
Segundo a China-Lusophone Brief, a recente emissão de “eurobonds”, no valor de 3.000 milhões de dólares (2.571 milhões de euros) pelo Estado angolano, confirmou que a China é a fonte principal de “diversas facilidades de novos créditos” que as autoridades já estão a negociar.
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