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Ciência e artes contam a história da emigração portuguesa num festival em Lisboa

“A Arte de Ser Migrante” é o nome do festival que conta com participantes de França, Luxemburgo, Portugal e Suíça, cujas trajetórias pessoais e familiares são marcadas pela migração.
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1 Abril 2025, 09h49

A emigração portuguesa é o tema de um festival que arranca quinta-feira em Lisboa e promete juntar ciência, artes plásticas, literatura, fotografia e outras manifestações culturais para contarem a história da circulação dos portugueses pelo mundo.

“A Arte de Ser Migrante” é o nome do festival que conta com participantes de França, Luxemburgo, Portugal e Suíça, cujas trajetórias pessoais e familiares são marcadas pela migração.

Trata-se de uma iniciativa da socióloga Liliana Azevedo, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Instituto Universitário de Lisboa, e da geógrafa Amandine Desille, do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (GEOT) da Universidade de Lisboa.

“Somos duas estudiosas em migrações e temos feito várias coisas ao nível académico e sentimos a necessidade de levar este tema para fora da academia e estabelecer pontes, nomeadamente com os artistas”, disse Liliana Azevedo à agência Lusa.

A investigadora, cujo trabalho tem sido mais focado na emigração portuguesa para a Suíça, apercebeu-se que existe muita matéria para proporcionar um encontro entre disciplinas, tendo por denominador comum as idas e voltas dos portugueses e dos seus descendentes.

“Apercebemo-nos que nos últimos anos tem havido cada vez mais produções artísticas nestes países, precisamente sobre migrações portuguesas, feitas por emigrantes portugueses e descendentes destes”, adiantou.

A escolha destes três países, além de Portugal, deveu-se ao facto de serem “destinos tradicionais da emigração portuguesas e que mantiveram a sua importância”.

França permanece o país do mundo com maior número de imigrantes residentes nascidos em Portugal, seguindo-se a Suíça. No Luxemburgo, a maior comunidade estrangeira é a portuguesa.

Durante quatro dias, as várias áreas que estarão presentes no festival vão cruzar-se nos Jardins do Bombarda, através de debates, exposições, lançamentos de livros, projeções de filmes, poesia, gastronomia e música.

“O que trazemos são artistas e investigadores que têm todos eles, na sua história pessoal ou familiar, uma história de emigração”, afirmou a socióloga.

Estarão presentes 25 participantes convidados para esta edição que as autoras gostariam de ver repetida, até porque “isto é um início de conversa”, disse Liliana Azevedo.

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