[weglot_switcher]

Cimeira do G7: Trump admite um acordo comercial com o Canadá

À entrada da cimeira, o presidente dos Estados Unidos frisou que a sua agenda é dominada pela questão comercial – e por certo tarifária – retirando protagonismo à questão do Médio Oriente. Resta saber se será seguido pelos outros países.
Frank Augstein/Reuters
17 Junho 2025, 11h47

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse esta segunda-feira que o seu foco principal na cimeira do G7 é o comércio e que acredita que um acordo com o Canadá é possível. Com a cimeira a realizar-se exatamente no Canadá – país que a administração Trump trata há mais de 100 dias como o 51º Estado norte-americano – o presidente dos Estados Unidos reuniu-se com o primeiro-ministro local, Mark Carney, antes da própria cimeira.

As relações entre ambos têm sido substancialmente más, com Carney a liderar um movimento ‘independentista’ que repudia por completo qualquer aliança com os vizinhos do sul. “Acredito que o nosso foco principal será o comércio, e o comércio com o Canadá, e tenho a certeza de que podemos resolver” o problema que criou entre ambos, disse Trump ao reunir com Mark Carney em Kananaskis, Canadá.

Ambos se encontraram em particular na manhã de segunda-feira, adianta a imprensa canadiana após semanas de troca de telefonemas e mensagens, numa tentativa contínua de resolver o conflito económico desencadeado pelas tarifas de Trump. Falando à imprensa ao lado de Carney, Trump disse que o Canadá e os Estados Unidos têm “conceitos diferentes” sobre um possível acordo. “Sou uma pessoa que gosta de tarifas, sempre fui uma pessoa que gosta de tarifas. É simples, é fácil, é preciso e é muito rápido, e acho que Mark tem uma ideia mais complexa, mas também muito boa”, disse Trump. Num breve comentário, Carney deu as boas-vindas a Trump no quadro da cimeira do G7 e desejou-lhe feliz aniversário (atrasado): o presidente completou 79 anos no sábado.

Após o encontro individual, Trump e Carney reuniram com um grupo maior que incluía o ministro canadiano dos Assuntos Intergovernamentais, Dominic LeBlanc, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer.

Mais uma gafe

Trump não se esqueceu de, mais tarde, criticar o ex-primeiro-ministro Justin Trudeau e o ex-presidente Barack Obama, culpando-os pela decisão de expulsar a Rússia do que era então conhecido como o G8, em 2014. Recorde-se que o presidente dos Estados Unidos já disse repetidamente que apoia o regresso da Rússia ao grupo. Rapidamente, a imprensa canadiana precisou que Trudeau foi eleito primeiro-ministro pela primeira vez em 2015 e que Stephen Harper era primeiro-ministro quando a Rússia foi expulsa do G8 após a anexação da Crimeia.

“Barack Obama e uma pessoa chamada Trudeau não queriam a Rússia, e eu diria que isso foi um erro, porque acho que não haveria uma guerra agora se a Rússia estivesse presente”, disse, referindo-se à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Trump saiu furioso da última cimeira do G7 realizada no Canadá (em 2018), retirou-se da declaração conjunta de líderes e emitiu uma nota em que apelidava Trudeau de fraco e desonesto.

Carney convidou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy para participar na cimeira, juntamente com vários outros líderes mundiais que não fazem parte do G7. Depois da cerimónia de boas-vidas, seguiu-se uma sessão de trabalho focada nas perspetivas económicas globais. Também estava marcado um encontro de Carney com o presidente do Conselho Europeu e a presidente da Comissão Europeia, seguidas de reuniões com o Japão, França e Itália.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.