A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) revela, no âmbito do último Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ISEG, que o maior crescimento das importações face às exportações é um fator de preocupação que surge aliado à conjuntura de duas das maiores economias europeias (Alemanha e França) e ao esperado regresso do protecionismo norte-americano.
“O Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ ISEG confirma que o contributo da Procura Externa Líquida continuou a ser negativo, tendo, no entanto, melhorado ligeiramente. O crescimento das exportações de 5,3% continuou a ser largamente ultrapassado pelo crescimento das importações (7%), com destaque para o acréscimo registado na importação de bens”, começa por referir a CIP em comunicado.
No entanto, a CIP dá conta de que, quanto à evolução setorial, “todos os setores registaram melhorias nos indicadores de confiança, particularmente o setor dos serviços, que registou um saldo de respostas extremas substancialmente positivo”.
Este barómetro conjunto da CIP e do ISEG confirma ainda “o crescimento da economia em volume, no terceiro trimestre, em 1,9% em termos homólogos, e em 0,2% quando comparado com o segundo trimestre do ano. No conjunto dos países da área euro, confirma que, no terceiro trimestre, o PIB avançou em volume 0,9% em termos homólogos e 0,4% face ao segundo trimestre”.
Já para 2025, a projeção para o crescimento económico em 2025 “situa-se num intervalo entre 1,8% e 2,4%, com previsão central em torno de 2,1%”. Para a CIP “esta projeção traduz a perspetiva de aceleração do crescimento da economia portuguesa, em face da recuperação esperada no investimento privado e público, para os quais a implementação do PRR deverá ser decisiva”.
“O desafio das importações a crescer mais do que as exportações combinado com a incerteza na economia europeia devem manter-se no nosso radar de preocupações. A estagnação da economia alemã, as incertezas quanto ao futuro próximo da economia francesa e os anunciados protecionismos da economia americana a partir de meados do próximo ano serão dificuldades acrescidas a obstaculizar o nosso crescimento. Mas também oportunidades para a necessária transformação do perfil da economia portuguesa”, destaca Rafael Alves Rocha, diretor-geral da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, em comunicado.
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