A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) apresentou esta segunda-feira os resultados do seu inquérito às empresas sobre a situação atual e o impacto da pandemia, concluindo que, apesar das dificuldades sentidas, estas são significativamente mais prevalentes nas micro e pequenas empresas. Por outro lado, a má prestação operacional da grande maioria das empresas não levará a reduções da força laboral, destaca a entidade.
O inquérito “Sinais Vitais” revela que, apesar do forte impacto que leva a 63% das empresas a reportarem quedas homólogas no volume de negócios em janeiro, 78% das empresas espera manter a mesma força laboral até ao final de abril deste ano. Simultaneamente, há mais empresas (15% das inquiridas) e preverem aumentos na quantidade de empregados do que reduções (7%).
Este resultado é particularmente relevante dado o impacto esperado no início da crise pandémica no mercado laboral, que tem sido significativamente minimizado pelos mecanismos de preservação de emprego, mais notoriamente o lay-off. Por outro lado, importa salientar que a maior percentagem de empresas a antever uma manutenção do número de postos de trabalho são verifica-se no grupo das pequenas empresas, em que 80% têm esta expectativa, seguidas das microempresas, com 79%.
Outro resultado relevante prende-se com os níveis de investimento esperados até ao final de abril, que apresentam maior variação entre grupos de dimensões diferentes. A média nacional aponta para uma percentagem maior de empresas que preveem diminuições no nível de investimento, com 46% das inquiridas a escolherem esta hipótese, mas com 41% a adivinhar níveis semelhantes ao verificado em 2019.
As grandes empresas são as que mais contribuem para uma suavização dos resultados, com números muito aproximados de empresas que deverão diminuir (38%), manter (31%) e aumentar (31%) o seu investimento. Destaca-se ainda a maioria das pequenas empresas, que esperam manter o seu nível de investimento de há dois anos, com 44% das empresas desta categoria a anteciparem este resultado. Esta é a única dimensão empresarial em que a maioria das empresas não espera ter de diminuir o seu nível de investimento.
Finalmente, numa previsão operacional, apenas as empresas grandes preveem predominantemente não sofrer diminuições do seu volume de negócios até ao final do trimestre, isto em termos homólogos. Só 23% das empresas desta dimensão temem este resultado, com 39% a estimar uma manutenção e 38% um aumento.
Todas as restantes categorias de empresas antecipam quebras no volume de vendas que, na média nacional, contabilizam 53% do total dos inquiridos com perspetivas negativas em relação ao futuro.
Este resultado está, em parte, relacionado com o reportado relativamente às encomendas em carteira. Estas caíram em 44% dos casos englobados neste inquérito, sendo que, excluindo as empresas a quem, pela natureza da sua atividade, esta questão não se aplica, o resultado passa a incluir 62% dos inquiridos. Para estas empresas, a diminuição média de encomendas situa-se nos 40%. Apenas 9% das empresas inquiridas registaram aumentos nas encomendas em carteira, tendo estes sido, em média, de 20%.
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