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City Cortex, um museu a céu aberto onde a cortiça tem destaque

O City Cortex é produzido pela Corticeira Amorim, com o apoio à produção da Artworks, curadoria de Guta Moura Guedes e desenvolvimento da experimentadesign.
15 Junho 2024, 19h15

Está lançado o City Cortex, o programa de pesquisa cultural, que mobilizou sete arquitetos e artistas de renome internacional – Eduardo Souto de Moura, Elizabeth Diller, Dominic Leong, Gabriel Calatrava, Jessica Walsh, Stefan Sagmeister e Yves Béhar – em prol da construção das cidades do futuro e, privilegiando a sustentabilidade.

Estes arquitetos criaram projetos originais para espaços públicos e semi-públicos, a partir da matéria-prima cortiça.

O City Cortex é produzido pela Corticeira Amorim, com o apoio à produção da Artworks, curadoria de Guta Moura Guedes e desenvolvimento da experimentadesign.

O City Cortex  explora a interseção entre contextos urbanos contemporâneos e uma das matérias-primas mais versáteis e sustentáveis que a Natureza tem para oferecer: a cortiça.

A cidade é percecionada no City Cortex como um organismo vivo e dinâmico, atendendo aos desafios urbanos do século XXI, onde temas como segurança, proteção, coesão social, conforto, fruição, participação, sustentabilidade e gestão de recursos são absolutamente essenciais.

As oito propostas criativas City Cortex inauguradas estão instaladas nas zonas ribeirinhas das margens norte (Belém) e sul (Trafaria) do Tejo, criando um museu a céu aberto, onde a cortiça se destaca no espaço público.

“Através de uma experiência imersiva, o público é convidado a conhecer as diferentes abordagens, assim como vivenciar, interagir e descobrir as inúmeras potencialidades da cortiça”, revela a Corticeira Amorim.

António Rios de Amorim, CEO da Corticeira Amorim, explicou em comunicado que “através deste projeto, ambicionamos uma reflexão inusitada e interpeladora sobre a cortiça e a forma como pode aumentar a qualidade de vida nos espaços urbanos, promover a sustentabilidade e a interação com o meio natural, fomentar a socialização das comunidades, promovendo e valorizando a utilização da cortiça no quotidiano dos designers e arquitetos do mundo.”

“De Portugal para Mundo, unindo duas cidades e as duas margens do Tejo, Belém e Trafaria, o City Cortex exemplifica bem o nosso propósito de colocar a cortiça e as soluções que desenvolvemos ao serviço do bem-estar das pessoas e das comunidades.”, acrescentou o CEO.

“Orientada pelo mapa disponível no site do City Cortex, a experiência pode começar tanto em Belém, como em Almada, onde se encontra a “Onda”, de Gabriel Calatrava – Collaborative Architecture Laboratory, que cria um espaço de lazer na Trafaria e, em parceria com a EDA – Ensaios & Diálogos Associação, convida a população a partilhar cadeiras que tenham guardadas e sem uso, reabilitando-as com a aplicação de cortiça, e disponibilizando-as no espaço expositivo”, refere a empresa do grupo Amorim.

Esta é uma ação participativa da comunidade local que promove a reutilização e a reciclagem.

As restantes sete peças estão instaladas em Belém, designadamente “Second Skin” (Diller Scofidio & Renfro), que promove uma biblioteca comunitária ao ar livre construída em árvores, “Life Expectancy” (Stefan Sagmeister), que reabilita o túnel pedonal de acesso ao Padrão dos Descobrimentos e enaltece as conquistas positivas da espécie humana, “Conversadeira II” (Eduardo Souto de Moura), um assento público que convida a uma conversa intimista entre duas pessoas, assim como a série “Cork Bottles“ (Jessica Walsh), uma solução com sentido de humor para reduzir o ruído dentro de um restaurante ou outro espaço público/semi-público, invertendo os materiais, passando o vidro a ocupar lugar da rolha e a cortiça o espaço antes atribuído ao vinho na garrafa.

Mas também o “Humpbacks” (Stephan Sagmeister) que desenvolve um colchão flutuante ecológico produzido a partir de esferas de cortiça, tirando partido da propriedade flutuante do materia. As cores usadas procuram sensibilizar o público para as ameaças ao crescimento da população mundial de baleias Jubarte no Oeste do Pacífico Sul, e incentivar hábitos mais sustentáveis.

“Importa ainda conhecer a “Port_All” (de Yves Béhar), inspirada na Torre de Belém, construída em 1519, e que propõe um momento de transição que vem reforçar a ideia de acolhimento que tão bem define o perfil da capital portuguesa”, refere a Corticeira que destaca por fim, o “Lily Pad” (de Leong Leong), que, inspirado pela ideia da cidade como espaço lúdico e de recreio, utiliza um aglomerado natural de cortiça para criar elementos esculturais que definem uma nova paisagem micro-urbana para um público de todas as idades, propondo uma nova paisagem sensorial, aberta à experimentação.

Guta Moura Guedes, citada na nota, diz que o “City Cortex é um programa totalmente pensado e produzido em Portugal. “Usa um dos materiais sustentáveis que mais caracterizam a nossa paisagem social, económica, ambiental e cultural – a cortiça, oferecendo aos cidadãos 8 instalações desenhadas para melhorar o espaço público e colectivo”, acrescenta a curadora portuguesa.

“Une as duas margens do rio Tejo, desafiando quem passa por Belém ou pela Trafaria, a experimentar esta articulação entre arquitectura, design e as propriedades da cortiça de um modo inovador e visionário. Neste ou noutros pontos do mundo, o City Cortex transporta a experiência do espaço colectivo, da cidade, para um outro patamar”, acrescenta Guta Moura Guedes.

A inauguração do City Cortex contou com a presença dos criativos envolvidos, que apresentaram os seus projetos aos convidados e partilharam a experiência de trabalhar um material como a cortiça.

Quem são os criativos?

Eduardo Souto Moura – “Conversadeira II”
“Desde o início da minha atividade como arquiteto tenho utilizado, e com sucesso, a cortiça em ladrilhos, como ‘Mosaicos’ de pavimento. Este protótipo vai funcionar como um teste para vermos o seu comportamento, que já sabemos que é altamente resistente e isolante, contra o tempo e o uso”.

Diler Scofridio – “Second Skin”
“A instalação explora o potencial natural da sustentabilidade da cortiça num contexto urbano. ‘Second Skin’ amplia a Biblioteca de Belém a um jardim público adjacente, através de um olhar atento sobre as várias manifestações possíveis da árvore – organismo vivo, local de sombra, material de construção e matéria-prima de impressão das obras literárias mais marcantes da nossa civilização”.

Gabriel Calatrava – “Onda”
“O nosso estúdio criou a peça ‘Onda’ com o objetivo de reforçar a identidade emergente da localidade, enquanto comunidade que valoriza os seus espaços públicos, e a promoção da vida cívica. A cortiça é um material fantástico para o contacto direto com o público utilizador, devido à sua flexibilidade, resistência e suavidade ao toque”.

Leong Leong – “Lily Pad”
“O nosso projeto para o City Cortex reflete sobre a possibilidade de os equipamentos urbanos serem produzidos em cortiça. É uma forma de amenizar a dureza da paisagem da cidade, tendo em conta as diferentes exigências de cada corpo para se sentir confortável nos espaços urbanos”.

Jessica Walsh e Stefan Sagmeister – “Life Expectancy”, “Cork Bottles” e “Humpback”
“Ficámos impressionados com o número de potenciais usos e aplicações que a cortiça proporciona. É um material não só bonito como sustentável e, por esse motivo, esperamos que a sua aplicação seja cada vez mais comum no futuro. Oportunamente, todos os materiais utilizados no espaço público serão escrutinados do ponto de vista da sua sustentabilidade, pelo que a cortiça passará a ser dos primeiros a considerar.”

Yves Béhar –“Port_All”
“O conceito da torre ‘Port_All’ assenta na ideia de uma receção acolhedora e de um espaço protetor. E a cortiça é o material perfeito para expressar estas qualidades”.

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