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Civil Engineering Summit. Os desafios da mobilidade profissional no mundo de hoje

Formação, qualificação, certificação e mobilidade profissional foram temas em destaque no primeiro da Cimeira da Engenharia Civil. A iniciativa da Ordem dos Engenheiros, que tem o Jornal Económico como patrocinador oficial, prossegue esta quinta-feira no LNEC, em Lisboa.
Cristina Bernardo
26 Setembro 2019, 07h49

“Temos grandes ferramentas à nossa disposição, mas precisamos de mais uma geração de profissionais qualificados que protejam o interesse público e respondam aos padrões elevados da profissão”.

A afirmação proferida por Crtomir Remec, da Câmara de Engenheiros da Europa Central, no primeiro dia da cimeira “Civil Engineering Summit”, que decorre no LNEC, coloca o dedo na ferida em dois dos principais dilemas que enfrenta esta classe profissional: a falta de engenheiros num mundo cada vez mais complexo a carecer de soluções, que passam, em grande medida, pelos vários ramos da engenharia, e a necessidade de os qualificar nos mais elevados padrões de qualidade.

O engenheiro eslovaco, que historiou um século de associativismo da classe nos países da Europa Central, alertou para os prejuízos decorrentes do não reconhecimento de habilitações. “O reconhecimento das habilitações é indispensável para facilitar a mobilidade profissional”, destacou, apontando alguns exemplos de cooperação regional nesse sentido, nomeadamente na região dos Balcãs.

José Vieira, engenheiro, professor na Universidade do Minho de que foi vice-reitor, falando na sessão plenária dedicada à mobilidade profissional, particularizou duas necessidades, a do  “reconhecimento mútuo de títulos académicos” e a de “dar aos alunos competências e conhecimentos” para enfrentarem um mundo em transformação.

“Como gerir a rapidez, a volatilidade económica crescente, as alterações do mercado de trabalho, as reformas educativas e as diferentes formas de aprendizagem?” – questionou-se.

Áreas relativamente recentes como Big Data e Internet of things à colocam problemas e desafios na formação e potenciam a movimentação de engenheiros pelas várias partes do mundo a um ritmo muito acelerado.

De referir que em Portugal, a Ordem dos Engenheiros atribui a Marca de Qualidade EUR-ACE a cursos de engenharia no ensino superior. O EUR-ACE® é um sistema de acreditação implementado pela European Network for Accreditation of Engineering Education, que fornece um conjunto de padrões que identificam programas na área da Engenharia de alta qualidade na Europa e no exterior.

O Lisbon Civil Engineering Summit decorre nas instalações do Laboratório Nacional de Engenharia Civil até sábado, 28 de setembro, com a participação de oradores de 35 países do mundo inteiro. Martin Manuhwa, do Zimbabué, defendeu na cimeira que “A engenharia é a chave para o desenvolvimento de África”. O angolano Paulino Neto que o maior desafio que se coloca à engenharia hoje e no futuro é a qualificação.

A cimeira é promovida pela Ordem dos Engenheiros e conta com o Jornal Económico como media partner e patrocinador oficial.

O programa, abrangente, extravasa o âmbito da engenharia civil, abrangendo temáticas como os recursos hídricos, a segurança na construção e as alterações climáticas.

 

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