A empresa de Coimbra, Cleanwatts vai criar uma Comunidade de Energia Renovável (CER) com a Atlanticeagle Shipbuilding (AES), antigos Estaleiros Navais do Mondego, na Figueira da Foz, e apoiar mais de 700 famílias
Esta CER terá as suas centrais fotovoltaicas, de 1.035 kW, distribuídas por vários edifícios dos antigos Estaleiros Navais do Mondego, atual Estaleiro Naval da AES, situado na margem sul do rio Mondego.
O investimento será assegurado em termos de equipamentos e instalação pela Cleanwatts, sendo que a AES cederá o espaço e as infraestruturas necessárias para a instalação, revela a empresa.
“Vamos instalar uma central fotovoltaica de 1.035 kW, que será integrada numa Comunidade de Energia Renovável”, explica José Basílio Simões, fundador e presidente da Cleanwatts, acrescentando que, “para além de alimentar os estaleiros com energia verde, a custo reduzido, vamos produzir energia suficiente para possibilitar que a Comunidade apoie institucionalmente famílias carenciadas da região, em situação de pobreza energética”.
Para além da redução de custos, através deste projeto, os Estaleiros passarão a ter capacidade de produzir/autoconsumir o equivalente a 57% do seu consumo elétrico, durante o dia, e tornar-se-ão climate positive, gerando mais 80% de energia verde do que a totalidade do seu consumo e evitando 367 toneladas equivalente de CO2, revela a empresa.
José Basílio Simões, avança com alguns números: “através deste projeto, o Estaleiro Naval da Atlanticeagle Shipbuilding vai conseguir apoiar 708 famílias, com uma tarifa social comunitária em média 30% inferior às atuais tarifas de mercado”.
Apesar de o projeto estar ainda a nascer, já há planos para o futuro próximo, revela a Cleanwatts. “A Comunidade Energética do Estaleiro Naval da Atlanticeagle Shipbuilding irá arrancar com a instalação dos painéis nos telhados dos Estaleiros (produtor-âncora), após o que a Cleanwatts angariará consumidores nesta região, de preferência com afinidades sociais e perfis de consumo complementares ao do produtor-âncora”, explica José Basílio Simões. “
A Comunidade poderá, posteriormente, crescer com a adesão de novos membros produtores, que tenham telhados ou terrenos com capacidade para expandir a potência fotovoltaica instalada”, conclui o gestor.
Bruno Costa, gerente da Atlanticeagle, garante que este projeto é muito importante para os estaleiros pelas “vantagens para a comunidade, para o ambiente e a sustentabilidade ecológica. É um facto que quando damos à sociedade recebemos sempre esse retorno, seja de que forma for, e este é o projeto certo para iniciar essa contribuição que é também uma obrigação”.
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