Após a Cloudflare pisar o palco principal da Web Summit, através da diretora de operações e co-fundadora, Michelle Zatlyn, o Jornal Económico falou com o CTO da empresa de cibersegurança, John Graham-Cumming, que abordou a mudança para Lisboa e a construção de um hub na capital portuguesa.
Apesar de estar em Portugal há dois meses, admite que ainda não domina a língua portuguesa mas que tem vontade para tal. Ao Jornal Económico, o CTO assumiu gostar dos portugueses porque estes orgulham-se do próprio país, mas sem serem nacionalistas.
Com a mudança para Lisboa, mais especificamente para o Chiado, John Graham-Cumming afirma que o escritório tem agora uma equipa de 12 pessoas, mas que têm intenções de duplicar até ao fim do ano, e que “até ao fim do próximo ano deveremos ser mais de 100 trabalhadores”. Com o crescimento do hub em Lisboa, John explica que estão a avançar com a transferência para a Avenida da Liberdade ou para o Marquês de Pombal.
“A Cloudflare tem a sede em São Francisco, mas os escritórios estão divididos entre Londres e Austin, no Texas”, explica. “O que queremos fazer em Lisboa é construir o próximo grande escritório de engenharia”, garante o CTO da empresa de cibersegurança.
“Temos 250 colaboradores em Londres, mas queremos crescer rapidamente em Lisboa. Há aqui muito talento, mas também há muitos portugueses que querem voltar, e isso ficou mais claro para eles depois do governo apresentar o incentivo fiscal para emigrantes”, explicou.
Após a empresa anunciar o escritório em Lisboa, John Graham-Cumming garante que “dois empregados portugueses disseram imediatamente que queriam voltar para Portugal”. Com o talento português em destaque na empresa, pois estudaram em Portugal mas aperfeiçoaram os conhecimentos na empresa, John explica que o escritório vai ter uma equipa maioritariamente portuguesa.
Um dos pontos mais importantes para a escolha de Lisboa, embora pareça secundário, foi o mesmo fuso horário que Londres, devido à compatibilidade dos dois escritórios trabalharem em conjunto, e os voos diretos para Londres, diariamente, e para São Francisco, onde está a sede da empresa.
As mais valias de Lisboa, e que se deveram à escolha da capital portuguesa para se fixarem, foi o facto de as pessoas estarem dispostas a mudarem-se, o talento existente na cidade, dado como exemplo a Farfecth, o regresso dos emigrantes como força de talento e o bom tempo. “Foi a escolha certa”, sublinhou.
“As pessoas esquecem-se que é o crescimento que importa, e não onde estamos hoje. Portugal está claramente a crescer e a mudar e isso está a colocar pressão, como se pode ver na habitação, mas o país continua a crescer. Silicon Valey também se foca muito no crescimento e nas mudanças”, sustenta o responsável tecnológico.
No entanto, o CTO vai ainda mais longe. “Acho que devíamos ter apostado em Lisboa há cinco anos”, afirma ao JE, “porque já estava a demonstrar que queria crescer e teríamos um avanço, mas sinto que este é o passo certo”.
“Sinto que Lisboa é mais desejável que Paris, mesmo com ótimas pessoas lá, e vai crescer ainda mais rápido”, afirma John Graham-Cumming.
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