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CMVM diz que receções de ordens de bolsa no mercado à vista caíram 18,5% no segundo trimestre

No Mercado a Contado regista-se uma diminuição no valor das ordens executadas de 20,7% no trimestre, para cerca de 70.353 milhões de euros.
26 Agosto 2024, 16h24

A CMVM apresenta os destaques do segundo trimestre de 2024 da atividade de intermediação financeira, nomeadamente dados sobre a receção e execução de ordens por conta de outrem, negociação por conta própria, bem como o registo e depósito de valores mobiliários por conta de outrem e por conta própria.

No que toca à receção de ordens por conta de outrem, a CMVM revela que o número de intermediários financeiros a rececionar ordens diminuiu entre abril e junho, de 44 para 43.

A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários revela uma diminuição no total das ordens rececionadas de 18,5% no trimestre, no mercado a contado (mercado à vista), para cerca de 77.862 milhões de euros.

Face ao primeiro trimestre do ano, as ordens recebidas em ações, papel comercial, unidades de participação em Organismo de Investimento Coletivo (fundos de investimento) e unidades de participação em OICs admitidas aumentaram, contrastando com as diminuições em ordens recebidas em dívida pública e privada e outros valores mobiliários.

O crescimento, no trimestre, das ordens rececionadas sobre ativos transacionados no Reino Unido e em França, contrastam com a queda nas ordens na Holanda [não inclui as ordens respeitantes à Internalização e ao Fora de Mercado], que se manteve como o mercado preferido pelos investidores desde o início de 2024.

Mercado a Prazo com queda de ordens de 14,6%

No que se refere ao mercado a prazo (Futuros, Forwards e Swaps) verificou-se uma diminuição no total das ordens rececionadas de 14,6% no trimestre, para cerca de 666.441 milhões de euros.

A CMVM diz que “tal como no trimestre anterior, a maioria das ordens ocorreu sobre forwards (87,3%) e transmitidas por investidores profissionais não residentes (90,7% do total)”.

Os mercados nacionais foram o único tipo de mercado de execução a crescer no trimestre (+15,3%), contrastando com as quebras na internalização (-15,1%), mercados internacionais (-14,6%) e fora de mercado (-13,1%).

Execução de Ordens por conta de outrem

Os dados até agora referem-se à receção de ordens por contra de outros, mas a CMVM também tem dados sobre a Execução de Ordens por conta de outros.

Aqui no Mercado a Contado regista-se uma diminuição no valor das ordens executadas de 20,7% no trimestre, para cerca de 70.353 milhões de euros. Destacam-se as diminuições nas ordens executadas sobre dívida pública (-24%) e dívida privada (‑5,4%) face ao  primeiro trimestre.

As ordens executadas em mercados nacionais foram as únicas que aumentaram no trimestre, tendo as ordens executadas via “internalização” apresentado a maior descida no trimestre.

Já no mercado a prazo, deu-se uma diminuição no total das ordens executadas de 14,8% no trimestre, para cerca de 652.215 milhões de euros.

As transações executadas em futuros e swaps foram as únicas a registar aumentos (34,4% e 15,3%, respetivamente), em contraste com as diminuições nas ordens em CFDs (Contrato por diferença), forwards e outros derivados.

As ordens relativas a derivados sobre taxas de câmbio continuaram (tal como no primeiro trimestre deste ano) a ser as preferidas no segundo trimestre pelos investidores, apesar da quebra de 15,9% no trimestre.

As ordens continuaram, apesar da diminuição de 14,9% face ao 1º trimestre, a ser essencialmente executadas em mercados internacionais (82,2% do total).

Negociação por conta própria

A CMVM dá conta que na negociação por conta própria, o número de intermediários financeiros aumentou de 24 para 26 face no segundo trimestre.

Aqui, no Mercado a Contado, houve uma diminuição no total das ordens executadas de 9,2% no trimestre, para cerca de 63.703 milhões de euros.

Face ao 1º trimestre de 2024, as ações, a dívida pública, a dívida privada, as unidades de participação em OICs (fundos) admitidas, as unidades de participação em OICs e os outros valores mobiliários apresentaram quebras na negociação por conta própria, contrastando com o aumento na negociação em papel comercial.

No Mercado a Prazo, verifica-se um crescimento no valor das transações de 22,1% no trimestre, para cerca de 80.345 milhões de euros.

A negociação em swaps continuou a apresentar o peso trimestral mais significativo (85,3%), fruto do crescimento de 48,9% no trimestre. Os subjacentes com maior peso foram as taxas de juro (60,3%) e as taxas de câmbio (38,1%).

A CMVM avança ainda o registo e depósito de valores mobiliários por conta de outrem e dá conta de um crescimento no montante sob registo e depósito conta de outrem de 4,4% no trimestre, para cerca de 272.200 milhões de euros.

A quota de mercado dos quatro maiores custodiantes aumentou ligeiramente, de 73,6% para 74,3% no trimestre.

Já no Registo e Depósito de Valores Mobiliários por Conta Própria, houve um aumento no montante sob registo e depósito por conta própria de 7,4% no trimestre, para cerca de 237.405 milhões de euros.

A quota de mercado dos quatro maiores custodiantes aumentou de 76,7% para 78,3%.

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