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CMVM suspende negociação das ações da Cofina e da Media Capital

A suspensão ocorre após a Cofina ter informado que falhou aumento de capital de 85 milhões em bolsa, ficando dessa forma sem efeito a compra da TVI. As ações da empresa controlada por Paulo Fernandes ficam suspensas até às 9 horas e as da Media Capital até esta fornecer informação relevante ao regulador.
Presidente Executivo da Cofina, Paulo Fernandes
11 Março 2020, 08h15

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou esta quarta-feira a suspensão da negociação das ações da Cofina e da Media Capital, após a empresa controlada por Paulo Fernandes ter desistido da compra da dona da TVI.

“O Conselho de Administração da CMVM deliberou a suspensão da negociação das ações da Cofina, SGPS, S.A. até às 9:00:00 do dia 11 de março de 2020, e do Grupo Media Capital SGPS, S.A. até à divulgação de informação relevante sobre o emitente”, informou o regulador, em comunicado.

A Cofina informou na terça-feira à noite que “as más condições do mercado de capitais” condenaram ao fracasso o aumento de capital de 85 milhões de euros em bolsa. Este aumento de capital em cash serviria para financiar a compra da Media Capital, dona da TVI, à espanhola Prisa.

A empresa de Paulo Fernandes explicou que estando ainda em fase de finalização o apuramento da oferta pública de subscrição de 188.888.889 novas ações  “é desde já possível concluir que o número de ações subscritas não atinge o total de ações objeto da oferta pública”.

Em consequência de a oferta pública [de subscrição] ficar sem efeito, o aumento de capital não será objeto de registo comercial, “não se encontrando verificada a última condição suspensiva de que depende o fecho da operação de aquisição, pela Cofina à Promotora de Informaciones [Prisa], de ações representativas de 100% do capital social e direitos de voto da Vertix, SGPS, que por sua vez é titular de ações representativas de 94,69% do capital social e direitos de voto da Grupo Média Capital SGPS, conforme estabelecida no contrato de compra e venda celebrado em 20 de setembro de 2019 e alterado em 23 de dezembro de 2019”, disse.

A Cofina explicou, em comunicado enviado ao mercado, que “tendo especialmente em consideração a recente e significativa deterioração das condições de mercado, a Cofina entendeu não estarem reunidas condições para o lançamento de uma oferta particular para colocação das ações [do aumento de capital] sobrantes, cuja possibilidade se encontrava prevista no prospeto da oferta pública de subscrição”.

Inicialmente a Cofina tinha negociado a compra da Media Capital — e recebido “luz verde” dos reguladores — a um enterprise value de 255 milhões de euros (incluindo dívida). Mas a queda das audiências e os números reais da TVI levaram a Cofina a conseguir um desconto de 50 milhões no preço. A operação obrigava a uma Oferta Pública de Aquisição cujo pedido de registo foi remetido a 11 de outubro do ano passado.

Mas a transação estava sujeita a certas condições, em particular a aprovação dos reguladores e a realização de um aumento de capital da Cofina em 85 milhões de euros para o financiamento parcial da compra da participação da Prisa na Media Capital, que detém a TVI. Aumento de capital esse que falhou.

Notícia atualizada às 8h57

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