[weglot_switcher]

CNCP pode ser o novo caminho para a estrutura patronal única

António Saraiva já sinalizou ideia várias vezes. O CNCP será um teste ao entendimento entre os vários interesses.
23 Maio 2021, 12h00

O Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP) pode ser o embrião de uma futura estrutura patronal unificada, como existe em vários países europeus, apurou o Jornal Económico junto de pessoas ligadas às cinco estruturas que formam o núcleo central dos patrões portugueses.

No fundo, o CNCP emula o Conselho Nacional das Empresas Portuguesa (CNEP) criado há cerca de 30 anos e que durou pouco face às tradicionais rivalidades e desentendimentos nacionais. Na altura, o acordo foi entre a Indústria, a Agricultura e o Comércio e pretendeu dotar o tecido empresarial de uma grande confederação dos diversos sectores, como existe em França, Espanha, Reino Unido, Itália e outros países europeus. Não vingou.

A criação de uma organização patronal única é uma velha aspiração de António Saraiva, da CIP, que já o defendeu publicamente em diversas ocasiões. Neste processo, o projecto pode vir a contar com o apoio do Turismo e da Agricultura, sendo que do outro lado está claramente o Comércio, associação mais pequena e que sempre viu com desconfiança um modelo de diluição de autonomia.

A partir da CNCP, consideram alguns dos protagonistas, poderá vir a desenvolver-se a necessária confiança para reanimar o projecto que, para já, ninguém quer assumir em ‘on’ para não prejudicar o caminho imediato. “Este é tempo de encontrar pontos de entendimento comuns em várias matérias e construir uma plataforma de entendimento sólida”, dizem-nos.
Uma futura estrutura centralizada do patronato poderá ter um modelo governativo adaptado à realidade portuguesa, por exemplo, com uma direcção assumida rotativamente entre as principais confederações que venham a estar na sua base (como vai acontecer em relação ao porta-voz da nóvel CNCP, que mudará cada três meses). O líder de cada uma dessas confederações, que se manteriam, seria sempre, pelo menos, vice-presidente.

Daqui até ao momento em que nas grandes reuniões internacionais o patronato português possa apresentar-se com um único representante, em vez dos habituais três ou quatro rostos diferentes, ainda vai passar algum tempo. No entanto, o primeiro passo, a reboque dos dinheiros europeus, está dado. Ver-se-á, agora, quanto tempo há que esperar.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.