A cobertura de chamadas de margem (margin call na terminologia inglesa) acentuou o “pânico e a venda forçada de ativos” nos mercados financeiros, como aconteceu na passada segunda-feira, algo que é comprovado pelo comportamento do ouro, “que é tipicamente um ativo de refúgio, mas que durante o sell-off caiu em sintonia” com o resto do mercado, afirma o analista da ActivTrades, Henrique Valente, ao JE.
“Uma chamada de margem é acionada quando não existe margem útil/livre na conta do investidor e requer fundos adicionais a serem depositados. Isto acontece normalmente quando as perdas da negociação reduzem a margem útil abaixo de um nível aceitável estabelecido pela corretora”, define a XTB.
Contudo, esta terça-feira os mercados financeiros estão a negociar no verde depois das perdas registadas desde o anúncio das novas tarifas por parte dos Estados Unidos a 2 de abril.
“Agora que houve uma desalavancagem, seria de esperar pelo menos uma pausa ou retração no curto prazo”, refere Henrique Valente.
“Os níveis de volatilidade registados nas últimas sessões das bolsas só serão sustentáveis se houver um agravamento da situação geopolítica nos próximos dias. Ainda assim, Donald Trump continua a ser um fator de instabilidade, e uma escalada na guerra comercial com a China pode continuar a dar ímpeto vendedor aos mercados”, reforça o analista da ActivTrades Europe.
Henrique Valente acrescenta que as quedas nos mercados, que se têm sentido nos últimos dias, “foram despoletadas pelo anúncio de tarifas mais agressivas por parte dos Estados Unidos e pela retaliação imediata” da China.
“Estes anúncios surgiram numa altura em que a desaceleração da economia global já era um risco subjacente, e os mercados mostravam sinais de fragilidade — mas vieram precipitar este movimento de correção”, disse Henrique Valente.
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