Cohousing e construção bioclimática modular são alternativa para combater preços das casas

Com os preços das casas em Portugal a não darem sinais de abrandamento surgem novos modelos de habitação que tentam contrariar esta escalada, que nos últimos 15 anos levou a um aumento de 130% no valor dos imóveis residenciais. É o caso da Traditional Dream Factory (TDF), empresa que procura dar resposta a esta subida de preços, através de um modelo que junta comunidades regenerativas, habitação acessível, sustentabilidade e vida colaborativa.

Localizado na aldeia alentejana de Abela, concelho de Santiago do Cacém, este projeto surge como a primeira ecovila regenerativa da Europa financiada por tokens, com o objetivo de demonstrar que é possível viver de forma acessível, sustentável e em comunidade.

Deste modo, a TDF estabeleceu uma parceria com a Kinterra, empresa especializada em soluções tecnológicas de habitação acessível em contextos rurais e periurbanos para a construção de um bairro de coabitação com 23 casas e que deverá estar concluído até ao final do próximo ano.

Este projeto pretende ser um ecossistema vivo que integrará infraestruturas partilhadas, como micro-redes energéticas, sistemas de captação de água e produção comunitária de alimentos.

Outro destaque é a arquitetura bioclimática com materiais locais e de baixo impacto ambiental, na construção modular para reduzir os custos e a integração tecnológica com sensores smarthoods que monitorizam a água, a energia e a biodiversidade.

“A escassez de oferta, o encarecimento dos materiais de construção e o forte investimento estrangeiro alimentaram esta situação, que já não é apenas um problema económico, mas também social e ecológico”, refere Samuel Delesque, cofundador da Traditional Dream Factory.

Por sua vez, Roy Duer, cofundador da Kinterra, considera que “o cohousing oferece mais do que um teto, oferece uma comunidade, resiliência partilhada e uma forma de viver acessível sem abrir mão da qualidade de vida. Queremos criar um modelo que possa ser replicado em todo o mundo”.