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Coleção de joias portuguesas inspirada no conceito de upcycling

“Portuguese Jewellery X MAAT: Rethink. React. Reshape” é o mote da iniciativa que resulta numa coleção exclusiva nas lojas dos espaços expositivos da Fundação EDP, MAAT e Central Tejo, assinada por seis marcas portuguesas: Leão Creative, Wonther, Clélia Jewellery, Ana Bragança Jewellery, Lia Gonçalves e Mariana Machado Jewellery.
Clelia Jewellery X Vicara
6 Dezembro 2021, 15h17

A AORP – Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal e o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia voltam a unir-se para uma parceria, onde a sustentabilidade é a protagonista. Seis marcas de joias portuguesas foram desafiadas a criar uma coleção exclusiva inspirada no conceito de upcycling, através da incorporação de materiais reutilizados.

A coleção “Portuguese Jewellery X MAAT: Rethink. React. Reshape” está, desde agora, disponível nas lojas dos dois espaços expositivos da Fundação EDP, MAAT e Central Tejo. Ana Bragança, Clélia Jewellery, Leão Creative, Lia Gonçalves, Mariana Machado e Wonther desenvolveram parcerias inéditas com outras marcas ou entidades para a criação de peças a partir de desperdícios ou de materiais reciclados, com o objetivo de sensibilizar para a emergência da ação climática e da moda sustentável.

Recorde-se que, no âmbito desta mesma iniciativa, as marcas de joias estarão em exposição e venda com as suas coleções próprias nas lojas dos museus, num sistema rotativo que pretende promover e valorizar a joalharia contemporânea e de autor portuguesa.

Segundo Nuno Marinho, Presidente da AORP, em comunicado: “Nesta reedição da parceria com a Fundação EDP e o Maat quisemos apontar holofotes para uma missão que partilhamos em conjunto e que é de todos nós: a importância de instigar à reflexão e à ação para o tema da emergência climática e do impacto no meio ambiente. Queremos liderar pelo exemplo, não só na inspiração das marcas e designers para procurarem incorporar boas práticas e conceitos que visam uma produção mais sustentável, mas também o consumidor a refletir sobre o consumo e a moda mais consciente. Tudo isto, sob a premissa de criar pontes, desde logo entre a AORP e o MAAT, da joalharia com outros setores industriais e de atividade e destes com o público, encontrando na ação coletiva um ciclo de renovação e visão de futuro”.

Todas as propostas da coleção “Portuguese Jewellery X MAAT: Rethink. React. Reshape”, desenvolvidas em exclusivo para a iniciativa, partiram de uma parceria entre as seis marcas de joalharia portuguesa e marcas ou entidades com as quais trabalharam em conjunto para o reaproveitamento de conceitos ou materiais, que se integram com o metal para criar peças que revelam na criatividade do desenho, a premência da mensagem.

Leão Creative x Viúva de Lamego

Leão Creative apresenta-nos a coleção “Renascimento”, uma série de joias limitadas que eleva o objeto de coleção, os azulejos quebrados, sem futuro próprio. Resgata e apropria-se dos princípios do padrão azulejar, ora isolando ou destacando o módulo – no brinco – ora aplicando a sua repetição na criação de uma unidade espetacular – nas pulseiras. O nome associa-se ao propósito urgente de repensar a vida dos excedentes fabris e tem a audácia de chamar para si os tempos áureos renascentistas, em que se começam a produzir azulejos em Portugal, com características claramente nacionais. “Renascimento” é o resultado de uma parceria inédita entre a marca de joalharia Leão Creative e a fábrica centenária de azulejar, a portuguesa Viúva de Lamego, promovida pela AORP – Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal e pelo MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia | Fundação EDP.

Wonther x Ownever

A Wonther e a Ownever juntaram-se na criação da pulseira INTERLINKED, na qual a Wonther reutilizou pedaços de bio-leather (significa que a pele é biodegradável, uma vez que esta é tingida com tintas vegetais) que resultam da produção das malas da Ownever. A pulseira INTERLINKED homenageia um mundo de ligações, nas quais a união faz a força e é sinónimo de poder. Uma corrente que não nos limita, mas que nos liga, elevando-nos uns aos outros. A pulseira encontra-se inserida na nova coleção da marca, INTERLINKED, da qual fazem parte mais 6 peças. No MAAT a pulseira poderá ser comercializada em Prata 925 Banhada a Ouro de 24K, com bio-leather reutilizada da Ownever.

Clélia Jewellery x Vicara

Numa parceria com a “Vicara Design”, a Clélia Jewellery selecionou a madeira de alfarrobeira, para elaborar estas peças. Usada nas tampas do decanter de vidro “Cerne”, desenvolvidas pelo artista Samuel Reis, foi nesta madeira que encontrou a durabilidade, resistência e versatilidade que pretendia. Num passeio junto ao Rio, é impossível ficar indiferente à magnitude do MAAT. De dimensão imponente, e pala ondulada, abraça o rio Tejo trazendo ao presente a memória da nossa história marítima, transportada na proa das magníficas naus e caravelas de madeira que por ali navegavam em busca de outros povos, culturas e riquezas. A ondulação do Tejo e a pala do edifício foram a inspiração para desenvolver esta mini-coleção. Peças esculpidas à mão que refletem o equilíbrio entre o tosco e o elegante característicos de uma nova modernidade.

Mariana Machado Jewellery X I.Glass

A Mariana Machado Jewellery, em parceria com a I.Glass, criou uma coleção em prata 925 composta por colar, pulseira e brincos com pendentes em prata e vidro. A coleção tem por base peças fortes e intemporais, resultado da repetição de elos de prata soldados em corrente. Os pendentes em vidro adicionam cor e versatilidade a gosto. Cada pendente tem um fecho estilo italiano para permitir ser pendurado na corrente do colar, da pulseira ou dos brincos. Na I.Glass, a maioria do vidro transparente partido durante o processo de fabrico manual é reciclado, reintroduzido no forno de fusão com a mistura vitrificável, dando origem a novas peças. O vidro colorido partido é descartado porque contamina a massa vitrificável e tem de ser reciclado por uma empresa especializada. Os pendentes disponíveis nesta coleção são feitos a partir dos pedaços de vidro colorido partido, provenientes do desperdício da produção.

Ana Bragança x Atelier Circonflexe

Ana Bragança estabeleceu uma parceria com o “Atelier Circonflexe”, um gabinete de Arquitetura de ex-colegas de trabalho, localizado na Suíça, em Lausanne, formado por duas mulheres para as quais a joalheira tem um especial apreço, por saberem que encaram de forma extremamente profissional as questões ligadas à Arquitetura Sustentável, escolhendo cautelosamente e de forma séria tanto os materiais como os métodos construtivos utilizados. Às antigas maquetes do gabinete, realizadas em K-line – objetos estes que deixaram de ter utilidade e que iam ser descartados – Ana Bragança juntou umas estruturas realizadas num material nobre, estruturas estas que relembram cortes ou alçados de um projeto de Arquitetura imaginário, onde vivem personagens e árvores feitas em Prata 925. Desta forma, com a mini coleção “New Home”, Ana Bragança conseguiu dar um novo uso ao “lixo” do atelier e, de certa forma, conseguiu redefinir a preciosidade de maquetes obsoletas.

Lia Gonçalves – ENSAIO

A coleção ENSAIO é o resultado de uma parceria entre a moda e a joalharia. No contexto RESHAPE, aliou-se a prata reciclada (através da recolha e compra de peças em prata usadas e posterior afinação) à celulose bacteriana, desenvolvida no contexto da tese de doutoramento em design, na faculdade de arquitetura da universidade de Lisboa, pela investigadora Silvia Araújo. Não sendo a celulose, ainda, totalmente hidrofóbica, a coleção ENSAIO apropria-se da mistura da prata e da celulose, num complemento estético, onde o antes e o depois não destroem design e funcionalidade das peças: são joias mutáveis, onde o manuseamento da mesma por cada utilizador será díspar e a degradação da celulose imprevisível. A mutação dará a cada peça uma construção contínua, para um novo desenho, até à degradação total da celulose, destacando a prata e os tubos soltos, inspirados no tubo-de-ensaio de laboratório.

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